Nuno Cerejeira Namora falou ainda daquilo que sabe da vida de Fernando Madureira, o ex-chefe dos Super Dragões.
O advogado Nuno Cerejeira Namora foi ouvido na tarde desta quarta-feira no julgamento da operação Pretoriano. Era vice-presidente da mesa da assembleia-geral e continua a ser membro do conselho superior do FC Porto. Nuno Cerejeira Namora, que é testemunha de defesa de Fernando Madureira, alega que no seu entender a prisão de ‘Macaco’ levou à morte de Pinto da Costa.
“Muitos falam naquilo que levou à morte de Pinto da Costa, há quem diga que foi o cancro que o matou, há quem diga que foram os 80%. Mas foi a prisão do Fernando Madureira que o matou, o Pinto da Costa morreu a achar que o Fernando estava preso por culpa dele. Cheguei a ir com Pinto da Costa à cadeia visitar o Fernando, ele tomava as dores dele”, explicou o advogado que representou ‘Macaco’ em alguns processos.
Nuno Cerejeira Namora falou ainda daquilo que sabe da vida de Fernando Madureira, o ex-chefe dos Super Dragões.
“O Fernando não é santo e não é pecador. Eu tenho os meus defeitos, ele terá os dele, mas as pessoas que nasceram onde ele nasceu ou já morreram, ou estão presas, ou vão ser presas. Ele soube aproveitar as oportunidades que teve na vida. Ele tem um amor terrível pelo FC Porto. Ele é vaidoso e está aqui a ser castigado por isso”, garantiu.
“Existiu enorme responsabilidade dele em tudo, estava desorientado”
Nuno Cerejeira Namora apontou ainda o dedo a Lourenço Pinto, presidente da Mesa da Assembleia, pelo o que aconteceu a 13 de novembro de 2023.
“Existiu enorme responsabilidade do presidente da assembleia-geral em tudo. A 13 de novembro ninguém ouvia ninguém, nós Mesa, tínhamos umas colunas atrás de nós piores do que as que tenho em casa, eu tinha de aproximar uma coluna da cara do senhor Lourenço Pinto para ele ouvir o que se passava na assembleia. Ele estava desorientado”, recordou, tendo já em momento anterior dado conta de que Lourenço Pinto nada ouviu do que se passou.
“O Dr. Lourenço Pinto tem 88 anos e um problema que é a surdez. O Dr. Lourenço Pinto não ouviu metade do que se passou na assembleia-geral e não ouviu nada do que a mesa da assembleia lhe disse”, acrescentou ainda a testemunha.
O ex-vice-presidente da assembleia-geral do FC Porto alega que a certa altura foi feita por parte de Lourenço Pinto uma espécie de votação, “uma palhaçada”, que causou um momento de grande confusão no pavilhão Dragão Arena.
“Eu e toda a mesa já lhe tínhamos dado 500 conselhos do que deveria fazer, ele só parou depois desse simulacro de votação. Ele só parou quando veio o Dr. Jorge Guimarães e disse: para já com esta m*** ouviste, José Lourenço? Suspende a assembleia, não há condições. Estamos a falar do presidente do Conselho Fiscal. Em entrevista, o presidente Pinto da Costa disse depois que foi ele que deu esta indicação ao presidente do Conselho Fiscal, mas isso eu não ouvi”, referiu.
A testemunha lembrou ainda que viu situações de confrontos e viu Miguel Brás da Cunha, um dos sócios que fez um discurso, ser bastante insultado. Lembrou ainda a agressão a Henrique Ramos, adepto portista. “Vi o Fernando Madureira depois só a correr e a tentar acalmar os ânimos”, garantiu, dando conta de que não ouviu Pinto da Costa ser insultado.
Nuno Cerejeira Namora garantiu ainda ao Tribunal de São João Novo, no Porto, que alertou Lourenço Pinto quatro dias antes da assembleia para uma “clara divisão entre sócios” e para vários comentários nas redes sociais.
“Todos nós recebemos imagens de páginas, onde o Dr. Villas-Boas fazia desta alteração dos estatutos umas primárias. Diziam: venham em grupo, filmem tudo. Eu quatro dias antes da assembleia mandei estas comunicações ao Dr. Lourenço Pinto porque podia não ter redes sociais e não saber do incêndio que aí vinham. Mandei-lhe um email a dizer que estava na hora de nos reunirmos e organizar a próxima assembleia para evitarmos uma tragédia. Nós temos de escolher o local, organizar a segurança, ter mesas para receber os sócios. Eu raramente acerto, mas parece que acertei em tudo. A resposta do Dr. Lourenço foi de desconsiderar, foi cala-te lá ó garoto, eu tenho 88 anos e aí do primeiro que levante o dedo”, alegou.
A testemunha disse que teve conhecimento de que estas preocupações chegaram à direção e ao Conselho Fiscal. “Sei que falaram com o Dr. Lourenço Pinto para tomar medidas de segurança. Mesmo que fossem meninos de coro e se portassem todos bem como é que se ia contar os votos de mil pessoas? O Dr. Lourenço Pinto ignorou as nossas indicações e junto da direção teve o mesmo comportamento autista”, disse.
Nuno Cerejeira Namora garantiu que foi depois à última da hora que partiu exclusivamente de Lourenço Pinto a decisão de preparar o pavilhão Dragão Arena, sem condições de segurança. No seu depoimento, Lourenço Pinto disse na semana passada que foi a direção do FC Porto que tomou esta decisão.
Já sobre os estatutos, Nuno Cerejeira Namora garantiu que a direção não teve qualquer intervenção. “A direção do FC Porto teve zero influência na elaboração dos estatutos. Não falei, nem recebi nenhuma instrução de nenhum membro da direção ou administração do FC Porto (…) Fui o pai da revisão da alteração dos estatutos. Posso garantir a vossa excelência que não falei com ninguém do FC Porto para elaborar isto”, referiu, dando conta de que depois começaram a trabalhar no documento elaborado e que foram mantidas entre 40 a 50 reuniões.
Das reuniões saiu um documento que foi apresentado ao Conselho Superior, mas disse a testemunha que não foi esse o documento final enviado aos sócios. “Decidimos que as normas eleitorais não teriam efeito no ato eleitoral seguinte. O Dr. Lourenço Pinto defendeu à náusea que era uma cobardia os estatutos não entrarem em vigor com todas as alterações com efeitos eleitorais”, recordou, dando conta de que o Conselho Superior fez depois uma alteração neste mesmo ponto.
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