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“Frente Nacional já se dissolveu"

Mário Machado, principal arguido do processo que julga 36 arguidos de extrema-direita por crimes como a discriminação racial, assegurou ontem em tribunal que a Frente Nacional (movimento nacionalista que liderou) já não existe. Hoje, assegura o líder skin, "sou militante do Partido Nacional Renovador (PNR), onde já militam muitos nacionalistas".<br/><br/>

11 de abril de 2008 às 00:30

A terceira sessão do julgamento, que decorre no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, foi novamente toda ocupada com o depoimento de MárioMachado. Questionado pelo colectivo sobre as origens da Frente Nacional (FN), MárioMachado demarcou este movimento de outro que também lidera: a facção skinhead Hammerskin Portugal (HP).

Segundo o arguido, a HP é "totalmente apolítica". Ao invés, a FN surgiu como "um movimento que pretendia ter intervenção política". "A FN surgiu em 2004, quando oPNR era um partido muito saudosista, que não fazia manifestações. Reuni poucos nacionalistas com ideias europeístas e conseguimos criar um movimento", recordou MárioMachado.

A última contabilização de militantes da FN, que indicava 400 adeptos, provou, segundo o líder skin, "a aderência aos ideais nacionalistas".Comoderesto, acrescentou, "ficou provado na manifestação de Junho de 2005 contra o arrastão, em que juntámos mais de mil pessoas".

Com a eleição, nesse mês, de José Pinto Coelho para a liderança do PNR, a FN passou, "gradualmente" a aderir ao partido. "Hoje, pode dizer-se que a Frente Nacional já se dissolveu. Há elementos nossos no conselhonacionaldo PNR", explicou.

Confrontado com várias citações constantes no despacho de pronúncia do processo, nas quais Mário Machado é acusado de comparar africanos a "macacos", o líder skin considerou-as"desabafos". "Trata-se de frases que reconheço serem fortes, mas que foram as únicas formas que encontrámos de conseguir atenção mediática", concluiu o líder skinhead.

PORMENORES

SKIN HOUSE

À 01h30 de 26 de Junho de 2004, a GNR de Loures fez uma busca à Skin House, um local de convívio nacionalista no Tojalinho. Por considerar que a operação policial foi feita fora da hora legal para buscas (07h00-21h00), a defesa de MárioMachado apresentou contestação da mesma.

QUEIXA RETIRADA

Fernando Martins, autor de uma queixa por crime de ameaças contra MárioMachado, e os arguidos PauloMaia, José Amorim, SérgioSoares e NunoSilva, desistiu da mesma. Os cinco arguidos ficam, assim, todos despronunciados do crime em apreço.

"GRANDES AMIGOS"

O presidente doPartido Nacional Renovador, José Pinto Coelho, entrou na sala de audiências pelas 17h00. No final da sessão de ontem, o dirigente assegurou aos jornalistas que ele e MárioMachado são "grandes amigos". "Apesar de as nossas linhas políticas serem diferentes, considero-o um soldado político e um homem inteligente", assegurou.

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