339 militares em 91 buscas. Trinta arguidos por burla e fraude fiscal.
É uma das maiores operações de sempre da Unidade de Ação Fiscal da GNR. A investigação durou 18 meses, envolveu 339 militares – e 48 inspetores tributários – e os resultados demonstram isso mesmo: 1449 viaturas apreendidas (1390 delas pesadas), armas, ouro, material informático, milhares de documentos. Tudo avaliado em cerca de 44 milhões de euros. As 91 buscas realizadas nos distritos de Lisboa, Santarém, Setúbal e Faro resultaram na constituição de 30 arguidos.
A Operação Medusa decorreu entre quarta e sexta-feira, tendo algumas buscas (24 domiciliárias e 67 não domiciliárias) decorrido em escritórios de advogados e de técnicos oficiais de contas. Estes tinham um papel determinante nesta rede que comprava viaturas penhoradas, com pedidos de apreensão, muitas delas pertencentes a empresas em estado de insolvência.
Com recurso a testas de ferro, as empresas eram adquiridas e todo o seu recheio – entre viaturas e maquinaria – vendido. O valor deveria ser usado como garantia monetária no pagamento aos credores, o que não acontecia. Quando se tentava perceber quem adquiria as empresas, tal não era possível.
Tal como o CM noticiou na quinta- -feira, Fernando e Quim do Cercal, pai e filho da zona de Alcoentre, integram esta rede. O último esteve mesmo detido na cadeia de Vale de Judeus, por viciação de viaturas. O esquema terá continuado e, segundo um comunicado da GNR, muitas das viaturas terão sido depois enviadas para o mercado africano e sul-americano. Esta rede é agora suspeita dos crimes de associação criminosa, abuso de confiança qualificada, frustração de créditos, burla tributária, fraude fiscal, branqueamento de capitais e falsificação de documentos.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.