Dez pessoas estão a ser julgadas por injúrias e tentativas de agressão ao ex-almirante e a Ferro Rodrigues.
Gouveia e Melo recorda insultos de negacionistas mas nega agressões físicas
O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo disse esta quinta-feira, no julgamento de dez acusados de injúrias e tentativas de agressão ao ex-almirante e a Ferro Rodrigues, lembrar-se dos insultos, mas recusou agressões físicas.
Na segunda sessão deste julgamento, que começou na semana passada, Henrique Gouveia e Melo foi a primeira testemunha a ser ouvida, depois de o seu depoimento ter sido adiado por falta de notificação, e falou sobre o episódio que aconteceu em 14 de agosto de 2021, quando visitou um centro de vacinação em Odivelas.
"Quando cheguei de carro, verifiquei que havia um ajuntamento, estacionámos a viatura e havia um conjunto de pessoas que estava à porta. Quando me reconheceram, começaram a proferir algumas palavras de ordem e alguns insultos", descreveu o ex-almirante.
A pedido do procurador do Ministério Público, Gouveia e Melo recordou os insultos que ouviu quando chegou: "Assassino de crianças, genocida e um insulto à minha mãe". Nessa altura, acrescentou, não existiu violência física.
Depois, à saída, o ex-almirante disse ter sido aconselhado pelos agentes da PSP que estavam no local a que o percurso fosse feito pelo parque subterrâneo, tendo Gouveia e Melo recusado.
"Achei que devia dar o exemplo", adiantou, e acrescentou ter saído protegido pelo corpo de segurança.
Entre a entrada e a saída, o atual candidato presidencial considerou que "houve um aumento do número de participantes nessa mini manifestação".
"As pessoas estavam verdadeiramente excitadas. Nestas coisas de multidões, há comportamentos sociais que são mais irracionais", acrescentou.
Apesar de negar as agressões físicas, Gouveia e Melo quis deixar claro em tribunal que, se não tivesse existido proteção policial, o cenário teria sido diferente: "A sensação que tive foi a de que se a polícia não me tivesse protegido, aquela excitação poderia ter resultado em alguma agressão física".
O coletivo presidido pela juíza Sandra Carneiro pediu ainda a Gouveia e Melo que olhasse para os arguidos presentes - esta segunda sessão contou com nove dos dez arguidos - e dissesse se reconhecia alguém. "Julgo que reconheço uns senhores, mas não tenho a certeza absoluta", disse o antigo almirante, depois de percorrer a primeira fila da sala, onde estavam sentados os arguidos.
O julgamento deste processo começou na semana passada, depois de o Tribunal Central de Instrução de Lisboa ter decidido, em dezembro de 2024, que existiam indícios suficientes para levar a julgamento dez dos 12 constituídos arguidos pelo Ministério Público pelos crimes de ofensas à integridade física agravada na forma tentada, injúria agravada, ameaça agravada e dano qualificado na forma consumada.
De acordo com a acusação, em causa estão episódios que aconteceram durante a pandemia.
Um deles ocorreu em agosto de 2021, quando os manifestantes negacionistas gritaram "assassino" e "genocida" contra Gouveia e Melo, então coordenador da 'task force' do plano de vacinação contra a covid-19, junto ao centro de vacinação em Odivelas.
O outro aconteceu um mês depois, junto ao parlamento, quando chamaram "pedófilo" e "nojento" ao então presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, quando este se deslocava a pé com a mulher para almoçar num restaurante nas imediações.
O Ministério Público constituiu doze arguidos, mas alguns pediram a abertura de instrução e a juíza Sofia Marinho Pires decidiu não pronunciar dois dos arguidos, que estavam acusados de um crime de ofensas à integridade física qualificada, na forma tentada, contra o então almirante Gouveia e Melo.
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