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Governo a arder com golas inflamáveis entregues às populações durante combate a incêndios

Distribuídos mais de 70 mil kits contra incêndios que são feitos de material inflamável.

27 de julho de 2019 às 01:30

O Governo está sob fogo após a Proteção Civil ter distribuído às populações de aldeias isoladas mais de 70 mil kits contra incêndio compostos por golas antifumo e coletes refletores feitos com materiais inflamáveis. Esta sexta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou as áreas ardidas de Mação, Vila de Rei e Sertã e recusou comentar o caso por ainda "não ter percebido" o que se passou.

Segundo a ‘Sábado’, a Foxtrot, empresa que vendeu o material, é detida pelo marido de Isilda Gomes da Silva, presidente de junta de Longos, Guimarães, eleita com apoio do PS.

A Proteção Civil entregou os kits no âmbito dos programas ‘Aldeia Segura’ e ‘Pessoas Seguras’ implementados em 1909 aldeias, com 1507 oficiais de segurança local com a missão de transmitir avisos à população e organizar a evacuação do local.

No caso de incêndio, as golas antifumo dos kits, que custaram mais de 328 mil euros e que são também constituídos por uma lanterna, apito, garrafa de água, barra energética e bússola, não ajudam. Esse equipamento que deveria ser de proteção para rosto e pescoço é 100% em poliéster, logo inflamável e ineficaz contra o fumo.

Esta sexta-feira, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, considerou "verdadeiramente irresponsável e alarmista estar a querer desvalorizar esse programa com base no desconhecimento de questões técnicas que a Proteção Civil já esclareceu". Esta afirmou que as golas "não são materiais de combate a incêndio nem equipamentos de proteção individual".

PORMENORES

Empresa turística

A Foxtrot tem por fim o "turismo de natureza". Alega que os 15 mil kits de emergência e as 70 mil golas eram material de "merchandising" e que a ANEPC não referiu que "seriam usados em cenários de fogo".

Liga ao ataque

O presidente da Liga dos Bombeiros classificou como negligente e irresponsável a entrega dos materiais pela Proteção Civil, que deve pedir desculpas, considerou Jaime Marta Soares.

Reações

O CDS-PP diz que "não se podem enganar as pessoas" e o PSD que o MAI é "ministro da propaganda". Soure e Sintra mandaram retirar coletes e golas. Outras autarquias consideram o kit "inútil".

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