A edição de hoje
“Não mais espera”, “documentos para todos”, “residências para todos”, “não somos criminosos” foram as frases mais ouvidas durante toda a manhã.
Manifestação de imigrantes na Aima marcada por confrontos
Wesley Nunes
Cerca de uma centena de imigrantes, de várias nacionalidades, juntou-se em manifestação em frente à loja da AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo) do Porto. Enquanto gritavam palavras de ordem a exigir mais igualdade, surgiu no local um grupo anti-imigração composto por três elementos. Com um megafone e um cartão onde diziam “Damo-vos tudo”, foram desafiar os outros manifestantes. A PSP teve de intervir e retirar estes três elementos do local. Ainda houve vários empurrões entre os grupos e registaram-se ameaças e insultos. Foi mesmo necessário reforçar o policiamento no local.
Um dos manifestantes anti-imigração, Afonso Gonçalves, foi retirado de uma varanda no dia 28 de março pela PSP, em Lisboa, quando proferia discurso contra imigrantes e exibiam tarjas. O homem é presidente do grupo ultranacionalista Reconquista.
“Vieram para aqui para nos desafiar, nos afrontar, desestabilizar esta nossa manifestação. Estamos pacíficos e tudo estava tranquilo até nos provocarem”, disse uma das imigrantes. “Estamos aqui para exigir o ir os problemas dos imigrantes sejam tratados. É tudo muito moroso. Os mecanismos para renovar documentos vencidos demoram muito tempo, a análise dos processos também. Nós trabalhamos e pagamos impostos. Temos de ter os mesmos direitos”, referiu outro manifestante.
Para resolverem os seus problemas, os imigrantes têm de ir, literalmente, dormir, para a porta da AIMA. “Tenho de vir para aqui às 5h00. A loja abre às 9h00. Depois não consigo senha. Não somos bem tratados”, descreveu Leandro, cidadão brasileiro que reside em Portugal há 5 anos.
“Não mais espera”, “documentos para todos”, “residências para todos”, “não somos criminosos” foram as frases mais ouvidas durante toda a manhã.
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