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Homem que matou senhorio após discussão em Albufeira já começou a ser julgado

Diogo Zorrinho, de 27 anos, está pronunciado pelo homicídio de Joaquim Braz, de 77, a quem devia dinheiro de rendas.

18 de junho de 2025 às 19:15

Diogo Zorrinho, de 27 anos, começou esta terça-feira a ser julgado, no Tribunal de Portimão, pelo homicídio do senhorio, de 77, a quem devia dinheiro de rendas da pastelaria 'Natas e Natinhas', que explorava na Avenida da Liberdade, em Albufeira. A morte da vítima, Joaquim Braz, ocorreu no escritório da pastelaria, depois de os dois homens terem discutido, no dia 27 de junho de 2024. 

A sessão ficou marcada pelas declarações do arguido, que ainda tentou que o julgamento decorresse à porta fechada, alegadamente por se "sentir nervoso", o que foi indeferido pelo coletivo de juízes. Ao longo de várias horas, o arguido descreveu detalhadamente o que se passou, mas negou ter tido qualquer "intenção de matar ou sequer de magoar" alguém. Revelou ter enviado uma mensagem a pedir ao senhorio que fosse ter com ele à pastelaria, que se encontrava fechada há dias, por falta de electricidade, para "regularizar a situação das rendas". Quando Joaquim Braz chegou, começou uma discussão que se prolongou no interior da pastelaria. "Ele insultou-me, disse que eu não sabia gerir um negócio e que era um drogado. Eu disse-lhe para se calar e nessa altura ele tentou agredir-me com um soco. Esquivei-me e dei-lhe um soco na cara. Depois ele pegou numa faca que eu tinha em cima de uma cómoda e tentou atingir-me com ela, mas eu consegui tirar-lha da mão. Depois ele caiu em cima de mim e ficou com a faca cravada na base do pescoço", afirmou o arguido. 

De acordo com o relatório da autópsia, a vítima sofreu "um único golpe de faca, que lhe atingiu a artéria aorta, o que lhe causou a morte". O corpo foi encontrado pela PJ de Faro no dia 29, depois de o filho de Joaquim Braz ter alertado para o desaparecimento do pai. Estava metido dentro de dois sacos plásticos pretos, deitado de costas e com um pano a tapar-lhe o rosto, no escritório, cuja porta estava trancada.

Diogo Zorrinho confirmou que, na altura dos factos, consumia cocaína e ecstasy e estava "estoirado" e "sem saber o que fazer". Mas manteve sempre a versão de que não pretendeu matar ninguém, apesar de ter mandado mensagens do telemóvel da vítima largas horas após a morte, para fazer crer que o senhorio ainda estava vivo e de ter mantido o corpo, durante vários dias, no interior da pastelaria, onde voltou "várias vezes" após o crime, alegadamente para "pensar".

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