Milhares de pessoas saíram às ruas do Porto e de Coimbra para saudar os seus estudantes. Alunos de todas as idades e de aproveitamento escolar diferente, como os veteranos Ricardo e Américo. Ambos participaram ontem nos cortejos que, como é hábito, foram regados com muita cerveja.
Américo Martins acredita ser um “pai” para todos os estudantes da academia do Porto. Ontem, o ‘dux veteranorum’ cumpriu o trigésimo terceiro cortejo da queima das fitas da Invicta, tantas quanto as matrículas que tem no curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto – que tem a duração de cinco anos. Pretende transmitir os valores da praxe aos estudantes, mas reconhece que no domínio académico não pode ser considerado um exemplo.
Américo, de 56 anos, natural de Mogadouro, afirma que todos os anos paga as propinas religiosamente, mas que já não vai às aulas há muito tempo. Trabalha na função pública e define-se da seguinte forma: “De estudante passei a praxista, boémio e pensador da tradição académica”. A sua primeira matrícula data do final dos anos 60, tendo interrompido os estudos para cumprir serviço militar na Guerra Colonial, em Angola. Em meados dos anos 70 reingressou no Ensino Superior onde tem permanecido até hoje.
“A tradição académica é a minha vida. Já não entro numa sala de aulas há vários anos, mas a cada ano lectivo não perco a recepção ao caloiro e as actividades mensais da praxe. Sou um profissional destas andanças”, disse ao CM o veterano enquanto lidera o grupo de ‘duxes’, que encabeçava o desfile da Queima das Fitas .
Confessa que a “inércia” não lhe permite ganhar forças para terminar o curso, do qual lhe faltam dois anos, por isso, reconhece: “No campo académico não sou grande exemplo”.
PROFISSIONAL DOS ESTUDOS
Com 12 matrículas, Ricardo Barbosa, de 30 anos, tem um percurso académica muito diferente de Américo. No currículo, conta já com duas licenciaturas, uma pós-graduação e um mestrado e, ainda, almeja chegar a um doutoramento em Medicina Legal. “Tenho um vício enorme por estudar. Também tive os meus excessos, mas fiz sempre a minha vida académica”, disse ao CM.
Ricardo Barbosa tem 30 anos e 12 matrículas no Ensino Superior. O seu aproveitamento tem sido pleno, já tem duas licenciaturas, uma pós-graduação e um mestrado.
Américo Martins, funcionário público de 56 anos, iniciou a longa carreira académica em 1968. Interrompeu durante a Guerra Colonial, mas voltou à universidade.
CORTEJO DE COIMBRA JUNTOU 30 MIL
O Cortejo dos Quartanistas da Queima das Fitas de Coimbra decorreu, ontem à tarde, dentro da normalidade, embora com uma grande quantidade de álcool à mistura. Os 87 carros alegóricos – 66 dos quais de faculdades e os restantes dos institutos – que compunham o desfile transportavam uma média de 60 grades de cerveja cada, o que perfaz um total de 41 mil litros. Uma quantidade suficiente para dar um litro a cada um dos 30 mil estudantes participantes na festa – 2037 dos quais inscritos no Cortejo – e ainda sobrava para o público. João Luís, ‘dux veteranorum’ da Universidade de Coimbra, não gosta de fazer balanços antes do final da festa – que ia durar noite dentro –, mas mesmo assim adiantou, a meio da tarde de ontem, que “não estava a correr mal”. No que respeita a incidentes, registou-se uma pequena confusão gerada por um grupo de estudantes, ainda de manhã, ao saber que o seu carro não ia integrar o cortejo a partir do local habitual. No desfile, as principais críticas dos estudantes dirigiram-se ao Governo, em particular às políticas de educação e de saúde. Não faltaram referências à polémica sobre a licenciatura do primeiro-ministro, José Sócrates.
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