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Jovem que criou modelo informático para cibercrime proibido de frequentar fóruns de 'hackers'

Suspeito terá criado ferramentas informáticas de inteligência artificial com objetivos ilícitos.

12 de fevereiro de 2025 às 22:43

O jovem de 22 anos detido, esta quarta-feira, por suspeita de criar ferramentas informáticas de inteligência artificial com objetivos ilícitos ficou sujeito a apresentações semanais e proibido de frequentar fóruns de 'hackers', disse à Lusa fonte judicial.

As medidas de coação foram aplicadas após ter sido ouvido no Tribunal de Instrução Criminal do Porto.

A operação denominada pela Polícia Judiciária de 'Neural Kill Switch', da responsabilidade da Unidade Nacional de Cibercrime e Criminalidade Tecnológica, levou, esta quarta-feira, à detenção no norte do país do jovem "responsável pelo desenvolvimento de um modelo de Inteligência Artificial (IA), denominado "WormGPT", e que estaria a ser comercializado em fóruns de 'hacking' para atividades ilícitas", explicou PJ em comunicado.

Foi apreendida no decurso da operação "toda a estrutura informática base do sistema, bem como documentos e outras informações pertinentes para a investigação", indicou também a PJ.

O 'WormGPT' utiliza "um modelo de linguagem análogo ao do 'ChatGPT', mas sem as limitações do original e com funcionalidades adicionais", indicou a PJ sobre a ferramenta lançada no início de 2023, "cedendo aos seus utilizadores formas de automatizar atividades maliciosas e facilitando o acesso a essas soluções como forma de diminuir a barreira de entrada no mundo do cibercrime".

A ferramenta, acrescenta o comunicado, podia ser adquirido em fóruns de cibercriminosos "e permitia aos criminosos, mesmo com pouco conhecimento técnico, criar guiões para enganar pessoas, desenvolver vírus e outro tipo de 'software' malicioso ('malware') de forma quase instantânea e, assim, desenvolver elaboradas fraudes financeiras, ciberataques, espionagem corporativa e até campanhas de desinformação direcionadas".

O Ministério Público (MP) adiantou entretanto, numa nota na sua página oficial, que o inquérito se encontra em segredo de justiça e é tutelado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), estando em investigação "factos suscetíveis de integrar a prática de crimes de sabotagem informática".

Segundo o MP realizaram-se, esta quarta-feira, buscas domiciliárias e não domiciliárias.

O detido é suspeito de ter produzido "três programas informáticos destinados a perturbar o funcionamento de um sistema informático e passíveis de utilização para a prática de ataques e delitos cibernáuticos. Mais se indicia que o arguido publicitou os referidos programas, dando a conhecer as suas características e aptidões, e disponibilizou-os para utilização por terceiros, mediante pagamento ou de forma gratuita", refere a nota do MP.

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