Incêndio consumiu mais de 27 mil hectares de floresta e terrenos agrícolas.
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O verão de 2018 ficou marcado pelo grande incêndio de Monchique, o maior registado no ano passado em Portugal e que durante uma semana não deu tréguas aos bombeiros, consumindo mais de 27 mil hectares de floresta e terrenos agrícolas.
O fogo, que deflagrou há seis meses, em 03 de agosto, na zona da Perna Negra, em Monchique, alastrou primeiro para o Alentejo, tocando o concelho de Odemira (distrito de Beja), sem grande impacto, e logo depois, com mais violência, para Silves e Portimão (distrito de Faro), destruindo ao todo 74 casas.
Aquela área do barlavento (oeste) algarvio já tinha sido castigada por um grande incêndio 15 anos antes, em 2003, mas as consequências do fogo foram significativamente maiores em 2018, com unidades hoteleiras e várias localidades a serem evacuadas, 52 famílias desalojadas e 41 feridos.
Ao longo de uma semana as equipas de socorro direcionaram os esforços para o combate às chamas e salvaguarda das vidas humanas, para evitar mortes como as registadas em 2017 nos incêndios que afetaram o centro do país.
Ao quinto dia de incêndio, as operações passaram a ter coordenação nacional, na dependência direta do comandante nacional da Proteção Civil, depois de terem estado sob a gestão do comando distrital.
As chamas, combatidas por mais de mil operacionais, com a ajuda de helicópteros e outros meios aéreos espanhóis, obrigaram à evacuação de pelo menos três unidades hoteleiras e provocaram 41 feridos, 22 dos quais bombeiros, a maioria devido a inalação de fumos.
Ao oitavo dia de chamas, quando o incêndio foi finalmente considerado controlado, o primeiro-ministro, António Costa, deslocou-se a Monchique para anunciar a elaboração de um programa de reordenamento económico da serra, coordenado pelo município.
No dia seguinte, em 11 de agosto, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, percorreu várias das zonas afetadas pelos incêndios e propôs uma comissão independente e permanente sob a alçada da Assembleia da República para fazer a avaliação da época de incêndios.
De acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais (EFFIS), foram consumidos 27.635 hectares de floresta e de terrenos agrícolas, o que correspondeu a 75% dos 36.897 hectares de área total ardida em 2018 em Portugal.
No concelho vizinho de Silves, a área ardida rondou os 10 mil hectares, essencialmente explorações suinícolas e de pecuária, e atingiu o Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico, obrigando à retirada de 29 felinos para Espanha.
Segundo as participações feitas por produtores e proprietários à Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, o fogo deixou mortos ou feridos 1.657 animais para criação e um número indeterminado de animais selvagens.
Para restabelecer o potencial agrícola e produtivo, o Ministério da Agricultura anunciou um pacote de ajudas no valor de cinco milhões de euros, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020.
O Governo anunciou igualmente um pacote de 2,3 milhões de euros para a recuperação das habitações e realojamento das 95 pessoas afetadas pelo fogo, no âmbito do programa Porta de Entrada, gerido pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).
Contudo, seis meses depois, a recuperação de casas ainda não se iniciou, havendo 52 habitações elegíveis a apoio e tendo sido recebidos, até ao final de janeiro, 17 processos com pedidos de apoio.
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