Ainda não apareceu a arma do crime, mas já se sabe que o homicida de Ana Gomes terá usado um machado para atacar a vítima.
A mulher, de 76 anos, que foi encontrada nua e morta, anteontem de manhã, dentro do poço da própria casa, em Santa Cristina do Couto, Santo Tirso, tinha vários golpes na cabeça e noutras zonas do corpo. "Tinha um buraco na cabeça e ferimentos nas pernas", contou ao CM o genro da vítima, Adelino Silva, que descobriu o corpo da sogra.
Um dos golpes atingiu a virilha de Ana Gomes, o que levantou suspeitas sobre uma tentativa de violação. O facto de a mulher ter sido despida adensou o mistério, mas só os resultados finais da autópsia dirão o que realmente aconteceu.
A hipótese de roubo foi posta de lado. A carteira da vítima foi encontrada ontem no anexo onde Ana foi agredida com os documentos e o dinheiro. "Estava debaixo do carro e na carteira ainda havia os 300 euros que ela lá tinha", disse o ex-marido da vítima, João da Costa Rodrigues.
Já se começam a conhecer alguns dos contornos do violento crime, mas ainda não se sabe se a vítima foi atirada para o poço ainda com vida ou já morta. A Polícia Judiciária do Porto continua a interrogar os familiares da mulher e a procurar vestígios no terreno. A forma como Ana Gomes foi morta só será conhecida hoje, depois de ser feita a autópsia. Está marcada para o início da tarde.
Durante o dia de ontem, a equipa que investiga os homicídios da Polícia Judiciária esteve novamente em casa de Ana Gomes. Com a ajuda dos bombeiros tirsenses, o poço foi esvaziado para ver se a arma do crime ali se encontrava. Depois de um mergulhador ter descido ao fundo do poço, as autoridades afastaram a hipótese de recolher mais vestígios. Tudo indica que o agressor terá levado a arma do crime.
A PJ continua a tentar juntar as peças do puzzle, mas já terá pistas sobre o sucedido. No entanto, antes dos resultados finais da autópsia não haverá detenções.
FAMÍLIA CONTINUA EM CHOQUE
Os familiares de Ana Gomes mantinham-se em estado de choque. Ontem, o genro, Adelino Silva, contou ao CM que já tinha encontrado alguns vestígios que demonstram a violência do crime. O agressor terá mesmo tentado limpar o rasto de destruição para evitar que o corpo fosse rapidamente descoberto.
"Apareceu a roupa que ela trazia vestida. Estava atrás de uma cabina, num balde preto. Estava tudo cheio de sangue. A carteira apareceu depois dentro do local onde deverá ter sido agredida. Não roubaram nada, agora só falta encontrar o machado e o telemóvel", contou o genro, adiantando que o balde estava pousado nas silvas. "Estava lá o cachecol, chinelos e o resto das coisas, excepto a camisola interior. Aquela já a tínhamos encontrado ontem, no chão", concluiu.
SEPTUAGENÁRIA VIVA SOZINHA
A hora em que o crime terá ocorrido é uma incógnita. A última vez que Ana Gomes foi vista foi às 18h30, desconhecendo-se a que horas terá ocorrido a agressão. O seu corpo foi descoberto às 11h00 pelo genro e pelo filho da vítima que andavam à sua procura desde a manhã. Era habitual ao domingo Ana Gomes almoçar com a filha e aquela estranhou que as portas estivessem fechadas e o telemóvel se mantivesse desligado. Como tinha de ir a um casamento avisou o irmão que foi a casa da vítima. Não a encontrou e foi aquele que ligou ao cunhado. Estranharam que a cama estivesse feita, tudo se mantivesse arrumado, mas não houvesse sinal de Ana Gomes.
Ao verem um rasto de sangue nas traseiras abriram a tampa do poço. Foi aí que viram a mulher inanimada.
PORMENORES
MARCADA PARA A TARDE
Dada a multiplicidade de ferimentos, os médicos optaram por realizar a autópsia só hoje. Está marcada para as 14h30, o que levará a que dificilmente seja hoje marcado o funeral.
VIZINHOS CHOCADOS
Ana Gomes era descrita como uma pessoa muito humilde, que falava bastante com os vizinhos e que vivia sozinha por opção. "Era muito boa pessoa", diz um vizinho ao CM.
FAMÍLIA EM SANTO TIRSO
Os filhos de Ana Gomes moram em Santo Tirso. No entanto, era frequente visitarem a mãe, mantendo contactos telefónicos quase diários.
SUSPEITAS
A família suspeita de que o agressor conhecia a vítima. Saberia também que se encontrava sozinha na casa e que não teria forma de pedir ajuda. Os vizinhos não se aperceberam de qualquer barulho.
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