Foi num ambiente de grande consternação e dor que centenas de pessoas participaram ontem à tarde no funeral do bombeiro da secção de Paranho de Arca, no concelho de Oliveira de Frades, que faleceu na passada sexta-feira alegadamente devido a uma queda que sofreu no domingo (dia 18) na altura em que combatia um incêndio em Arcozelo das Maias, naquele concelho.
Frederico Farreca, comandante dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Frades está revoltado com a situação: "É uma vergonha o que se passou. O homem andou durante cinco dias no Centro de Saúde de Oliveira de Frades e no Hospital de Viseu e ninguém foi capaz de lhe detectar qual o problema de que padecia. Alguém é responsável por esta morte e nós, bombeiros, homens e amigos, queremos ver tudo esclarecido e saber o que realmente se passou. Um homem não pode estar tantos dias doente e ninguém conseguir tratá-lo nem dizer-lhe qual o problema. Nós e ele em particular que salvou muitas vidas, não teve ninguém que lhe valesse. É o País que temos".
A vítima, José Saraiva Vaz, construtor civil, tinha 44 anos, era casado e tinha duas filhas de 4 e 18 anos, esta última também bombeira que assistiu à queda do pai. Era considerado um bombeiro exemplar e é a ele que se deve a criação daquela secção de Paranho.
DERRAME CEREBRAL
Fernando Farreca, segundo comandante dos voluntários de Oliveira de Frades, que estava a comandar os trabalhos no fogo onde se registou o acidente, contou ao CM como tudo se passou: "O fogo estava quase a passar uma estrada e tivemos necessidade de mover as viaturas e como o José era condutor deslocou-se para o seu carro e é nessa altura, com muito fumo, que ele cai. Foi a filha que nos avisou. Levámo-lo para o Centro de Saúde de Oliveira de Frades, puseram--no a soro e passado algum tempo mandaram-no para casa. No dia seguinte e na terça-feira, ele disse-nos que não conseguia dormir e que sentia muitas dores na cabeça. Na quarta-feira, volta ao Centro de Saúde e dali é transferido para o Hospital de Viseu onde realizou um TAC e ficou internado. Na quinta--feira entrou em coma profundo e acaba por falecer na sexta-feira às 15h30. O que se terá passado e as causas da morte, nós não sabemos".
De acordo com o que o CM apurou, derrame cerebral provocado por um traumatismo craniano terá sido a causa da morte do bombeiro, que foi ontem a enterrar numa cerimónia que contou com a presença de Luís Pais de Sousa, secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna, e ainda de representantes do Serviço Nacional de Bombeiros, Liga dos Bombeiros Portugueses e de bombeiros de várias corporações da região.
O CM tentou ontem falar com responsáveis do Centro de Saúde de Oliveira de Frades e do Hospital de Viseu, mas as tentativas revelaram--se infrutíferas, dado tratar-se de um domingo e não estar ninguém disponível para o efeito.
O APURAMENTO DE RESPONSABILIDADES
As circunstâncias que rodearam a morte do bombeiro José Saraiva Vaz, da secção dos Bombeiros Voluntários de Paranho de Arca, no concelho de Oliveira de Frades, estão a suscitar uma reacção da Liga dos Bombeiros Portugueses, cujo presidente do Conselho Executivo, Duarte Caldeira, em declarações ao Correio da Manhã, disse pretender "ver esclarecidas, para que não fiquem dúvidas e as responsabilidades sejam apuradas".
Aquele responsável adiantou que, "ao tomar conhecimento das circunstâncias que rodearam o falecimento do bombeiro voluntário de Oliveira de Frades e dado que essas poderão, eventualmente, configurar uma cadeia de negligências de que resultou a sua morte, a Liga dos Bombeiros Portugueses já se disponibilizou junto da associação e da família para apreciar as adequadas diligências do foro jurídico e judicial, para apuramento de eventuais responsabilidades".
Entretanto, o presidente do Serviço Nacional de Bombeiros, João Lima Cascada, lamenta a morte do soldado da paz, "para mais quando as causas estarão ligadas a um acidente sofrido no combate a um incêndio", disse.
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