Júlio Morgado revela hoje ao público um livro sobre ‘swing’ em Portugal. Um romance com base em factos reais, presenciados ou relatados por casais praticantes deste estilo de vida. Sem revelar muitos pormenores, ‘Swing’ conta as aventuras de um casal ‘normal’, com cinco ou seis anos de casamento, a passar por uma fase mais monótona e que “resolve arriscar ter sexo com outros casais”. “Não faço a apologia do ‘swing’, nem digo que é uma coisa bestial para todos ou sequer para experimentarem, porque é uma maravilha. Se têm um mau casamento, então é bestial. Acaba logo”, explica Júlio Morgado, acrescentando que “o swing não é para toda a gente”.
Com mais de cinco anos de investigação, Júlio conta ao CM que este estilo de vida tem o poder de melhorar ou arruinar a vida de um casal. “O swing funciona como um intensificador. Se o casamento é bom e o casal gosta de sexo, então fica melhor. Se é mau, fica ainda pior”.
Situações de divórcio, refere, são muito frequentes e uma consequência natural. “O marido até tem ideia do ‘swing’ e a mulher vai por arrasto. Pensa ela: ‘se ele anda a comer outras mulheres, então que seja à minha frente’”. O fim, por regra, é a separação.
A verdade é que os ‘swingers’ mais experientes “topam à distância o tipo de casal” e afastam--se, “até para evitar confusões”. “A situação pode descambar, passar uma coisa má na cabeça do marido e partir para a agressão, porque sentiu ciúmes”, refere Júlio Morgado, para quem o casal que pretende iniciar-se no ‘swing’ “tem, em norma, cinco ou seis anos de casamento e pretende acabar com a rotina sexual”. “São pessoas muito bem resolvidas em todos os níveis. Gostam de conhecer outras, são desinibidas. Todos têm um pouco de exibicionista e de voyeurista”, acrescenta.
SEXO SEM AMOR
Para quem não está inserido no meio, o ‘swing’ é considerado uma forma de traição consentida ao parceiro. Nada de mais errado. Júlio Morgado explica que existe uma separação clara da relação carnal da amorosa. “Não há sexo com amor no ‘swing’. É o sexo pelo sexo. Existe, sim, uma enorme fidelidade sentimental entre os elementos do casal”, garante, reforçando o conceito: “Um ‘swinger’ tem exclusividade sentimental e não sexual. No acto sexual propriamente dito, têm de estar ambos presentes ou então ter o consentimento um do outro”.
FESTAS ORGANIZADAS EM TODO O PAÍS
Em Portugal, os encontros entre casais ‘swingers’ realizam-se um pouco por todo o País, mas os clubes especializados estão concentrados, como seria de esperar, nos grandes centros urbanos como Lisboa e Porto. Júlio Morgado conhece-os bem, tal como muitos outros no estrangeiro. My Way e Intimidades, ambos no Porto, X Club e Erotikus, em Lisboa, são alguns dos sítios mais quentes de Portugal no que diz respeito ao ‘swing’.
Não se pense, porém, que qualquer pessoa pode entrar nestes locais. A comunidade ‘swinger’, em Portugal, tem regras bem definidas para receber novos membros, como explica Júlio Morgado. “Depende de clube para clube. Para um casal que esteja a começar, o melhor meio é a internet. Existem alguns ‘sites’ com contactos de outros casais, onde é possível trocar ideias e conhecer pessoas. Vão falando e depois pode ser que se arranje um encontro e sejam convidados para uma ida ao clube”, explica.
Existem também alguns casais, já mais experientes, que organizam festas privadas em vários pontos do País. Se o acesso ao clube é complicado, participar numa destas festas é ainda mais: “Sei de uma, nos arredores de Londres, em que era preciso enviar uma inscrição prévia, pagar, enviar um perfil, fotografias e ser recomendado por outro casal. Muito ao género do filme ‘Eyes Wide Shut’.
Júlio Morgado, 45 anos, nasceu e vive actualmente no Porto. Frequentou os cursos de Direito e de História, mas optou por rumar aos Estados Unidos. Foi em Nova Iorque que contactou com um certo estilo de vida alternativo, bem diferente do que estava habituado em Portugal. No entanto, o mundo do ‘swing’ conheceu-o no País de origem.
FICÇÃO DA TVI RETRATA CASAL
A telenovela ‘Tempo de Viver’, da TVI, aborda o tema da troca de casais. Os personagens ‘Vítor’ (João Ricardo) e ‘Clara’ (Gracinda Nave) são ‘swingers’. O casal, que tem dois filhos, um deles, a querer seguir a vida religiosa, no início da trama de Rui Vilhena, saía todas as sextas-feiras para encontros misteriosos. Nesta fase da história, não só revelaram o que faziam como ‘recrutaram’ novos adeptos: ‘Sebastião’ (José Neves) e ‘Marta’ (Rita Blanco).
A ESCALA DE DIONÍSIO
NÍVEL 1
O casal partilha a sua sexualidade à distância, através do telefone, ‘e-mail’ ou ‘webcam’. A linguagem chega a ser obscena. Pela ‘webcam’, exibem-se em cenas de sexo para outro casal.
NÍVEL 2
O casal envolve-se com um terceiro elemento, em regra uma mulher. Pode existir penetração, envolvendo o terceiro elemento.
NÍVEL 3
O casal gosta de ver e ser visto. Partilha o quarto ou cama com outro casal e ambos praticam sexo sem troca de parceiros. Pode haver contacto entre eles.
NÍVEL 4
O casal interage com outro casal. Há regras e limites pré-estabelecidos que pode incluir tudo, excepto penetração.
NÍVEL 5
O casal troca de parceiros. Inclui penetração. Podem existir regras e limites além do uso do preservativo. Neste nível, o sexo em grupo é normalmente aceite.
NÍVEL 6
O casal partilha totalmente a sua sexualidade com outro casal sem limites (além do uso do preservativo). Podem nem sempre estar juntos, as partilhas podem não ser equitativas ou ser apenas de um deles, mas acabam a noite juntos.
Nota: Descrita no livro ‘Swing’. Dionísio é o deus grego das festas, do vinho e lazer.
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