Correio da Manhã
JornalistaAna Botto
JornalistaArrancou esta quarta-feira uma nova sessão de julgamento do caso Meco, o processo cível em que as famílias dos seis jovens que morreram durante uma praxe na praia do Meco em 2013 reclamam indemnizações, no Tribunal de Setúbal.
Nesta nova sessão será ouvido um polícia marítimo, um bombeiro, o médico que assistiu o João Gouveia, o único sobrevivente dos estudantes, e um perito da Marinha.
O inquérito, em que estão arroladas três dezenas de testemunhas, às circunstâncias da morte dos seis jovens foi arquivado em julho de 2014 e reaberto em outubro do mesmo ano. O "dux" João Gouveia foi constituído arguido em outubro desse ano.
"Nunca tinha visto o mar assim. O Dux era o único com telemóvel", conta Polícia Marítima
Após ser ouvido um bombeiro, presta depoimento o segundo comandante da Polícia Marítima, José Pires.
"Nunca tinha visto o mar assim, tinha ondas de grande altura e extensão", recordou, sublinhando que "era o tipo de onda que rebentava e arrastava".
"O Dux era o único com telemóvel", revelou o comandante da Polícia Marítima.
"Casa estava desarrumada e com muitas garrafas de cerveja vazias", revela comandante da PM
O comandante da Polícia Militar, contou que, ao responderem à tragédia e acompanhando o 'dux' João Gouveia, este foi aos quartos da casa de Alfarim, onde os estudantes estavam alojados, para ir buscar os telemóveis.
"A casa de Alfarim estava bastante desarrumada e com muitas garrafas de cerveja vazias. O dux foi ao quarto buscar os telemóveis. Quando estávamos em casa ouvimos os telefones a tocar, mas não os atendemos. Falámos com a família nos telefones de serviço", contou a testemunha.
Ouvido médico que assistiu João Gouveia na noite fatídica
É agora ouvido o médico que assistiu João Gouveia na noite da tragédia. "O dux não estava em perigo, não tinha dificuldades em respirar, não tinha febre. Disse-me que tinha dores de cabeça e dei-lhe um paracetamol", explicou ao tribunal.
"Estava deitado na maca, acho que estava a dormir. Dei-lhe alta às 6h00 desse dia", contou o médico.
Médico nega afogamento do dux João Gouveia
O médico nega que o dux tenha apresentado sinais de ter sofrido afogamento, como alegou: "Quando há um afogamento há dificuldade respiratória e confusão mental. O dux não apresentava isso".
"Se tivesse sinais de afogamento não tinha dado alta duas horas depois de ter entrado no hospital. Ele estava na maca, parecia sonolento, na observação que fiz não me parecia nada de relevante [o afogamento]", contou sobre a noite em questão.
Médico deu alta a João Gouveia duas horas depois
"Descrevi o que vi quando ele chegou ao hospital", sublinhou o médico, indicando que "se fosse afogamento ia para a sala de reanimação".
O dux teve apta pelas 6h31, da manhã, segundo o clínico, que confirmou que a alta administrativa ocorreu às 6h45.
Peritos ouvidos à tarde
Pausa para almoço em tribunal.
Durante a tarde serão ouvidos dois peritos sobre as condições do estado do mar na noite da tragédia no Meco.
As alegações finais no processo cível decorrerão esta quinta-feira.
Advogada de João Gouveia desvaloriza testemunho de médico que observou dux e diz haver "suposta negligência"
A advogada que representa o 'dux' João Gouveia falou à entrada para o tribunal e desvalorizou o testemunho prestado pelo médico que assistiu João Gouveia no dia da tragédia, após o jovem ter dado entrada no Hospital Garcia de Orta.
"É uma pequena parte do testemunho desse médico" considerou, dizendo que as declarações não contradizem a defesa de João Gouveia, de que também sofreu afogamento na praia, mas que sobreviveu.
"Ele acabou por dizer que nem sabia o estado daquele doente. Essa assistência foi prestada mais de duas horas depois dele ter estado duas horas a ser assistido pelo INEM", disse a advogada de João Gouveia, considerando que houve "uma alegada negligência" na assistência hospitalar prestada ao dux.
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