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Os arguidos do caso BES e os crimes que lhes são imputados

Julgamento do processo BES/GES começou esta terça-feira no Juízo Central Criminal de Lisboa, 10 anos após o colapso do Grupo Espírito Santo (GES).

16 de outubro de 2024 às 01:30

O julgamento do processo BES/GES começou esta terça-feira no Juízo Central Criminal de Lisboa, 10 anos após o colapso do Grupo Espírito Santo (GES), num caso com mais de 300 crimes e 18 arguidos, incluindo o ex-banqueiro Ricardo Salgado.

Atualmente com 80 anos, Ricardo Salgado foi o principal rosto do Grupo Espírito Santo (GES) e liderou durante mais de duas décadas o BES. Vai ser julgado por 62 crimes. Entre estes contam-se um crime de associação criminosa, 12 de corrupção ativa no setor privado, 29 de burla qualificada, cinco de infidelidade, um de manipulação de mercado, sete de branqueamento de capitais e sete de falsificação de documentos.

Francisco Machado da Cruz

Conhecido como ‘commissaire aux comptes’ no seio do GES, foi o contabilista do grupo entre 2002 e 2014. Vai ser julgado por 33 crimes: um de associação criminosa, um de corrupção passiva no setor privado, 20 de burla qualificada, cinco de branqueamento, quatro de manipulação de mercado e dois de falsificação de documento.

Amílcar Morais Pires

Após desempenhar vários cargos desde que entrou em 1986, Amílcar Morais Pires foi administrador financeiro do BES no período entre 2004 e 2014 e passou a ser uma espécie de braço-direito de Ricardo Salgado. Vai ser julgado por 24 crimes: um de associação criminosa, um de corrupção passiva no setor privado, 11 de burla qualificada, sete de branqueamento, dois de falsificação de documento, um de infidelidade e um de manipulação de mercado.

Antiga auditora na PwC, entrou para o BES em 1995 e só cessou a sua ligação ao grupo em 2016. Vai ser julgada por 19 crimes, entre os quais um de associação criminosa, um de corrupção passiva no setor privado, um de manipulação de mercado, cinco de branqueamento e 11 de burla qualificada.

António Soares entrou para o BES em 1991 como ‘trader’ no departamento de mercados monetários e tesouraria. Vai ser julgado por 15 crimes, nomeadamente, um de associação criminosa, um de corrupção passiva no setor privado, um de manipulação de mercado, seis de branqueamento e outros seis de burla qualificada.

Antigo diretor do departamento financeiro, de mercados e de estudos do BES, onde também teve responsabilidades nas áreas de emissão de dívida e de mercado monetário do banco, assumiu ainda a tutela sobre os serviços de ‘back office’ daquele departamento. Vai ser julgado por sete crimes: um de associação criminosa, um de corrupção passiva no setor privado, um de manipulação de mercado, um de branqueamento e três de burla qualificada.

Foi como assistente da direção do departamento financeiro, de mercados e de estudos que integrou o BES, em 1998. Vai ser julgado por sete crimes: um de corrupção passiva no setor privado, um de manipulação de mercado, dois de branqueamento e três de burla qualificada.

Cláudia Boal Faria

A entrada no BES ocorreu em 1996 na área de Grandes Empresas e Internacional, passando em 2000 para o departamento financeiro, de mercados e de estudos, do qual viria a ser diretora-adjunta entre 2009 e 2013. Vai ser julgada por um total de cinco, entre os quais um de associação criminosa, um de corrupção passiva no setor privado, um de manipulação de mercado e dois de burla qualificada.

O antigo subdiretor do departamento financeiro, de mercados e de estudos tinha como responsabilidade intervir no mercado de ações e nos mercados globais, no âmbito da gestão da própria carteira de títulos do BES. Vai ser julgado por sete crimes, contando-se entre estes um de associação criminosa, um de corrupção passiva no setor privado, um de manipulação de mercado, um de falsificação de documento, um de branqueamento 

e dois de burla qualificada.

Nuno Escudeiro entrou no BES em 1998, rumo ao ‘back office’ da sala de mercados. Em 2010 assumiu o papel de subdiretor e assumiu atos de gestão das carteiras de produtos oferecidos na banca de seguros em nome da BES Vida, além da gestão das carteiras do BES, na área de risco de crédito. Vai ser julgado por oito crimes: um crime de associação criminosa, um de corrupção passiva no setor privado, um de manipulação de mercado, um de falsificação de documento, dois de branqueamento e dois de burla qualificada.

A admissão no BES ocorreu em 1999, para o departamento financeiro, de mercados e de estudos. Em 2009 passou a exercer funções na gestão discricionária de carteiras que o BES ofereceu aos clientes. Vai ser julgado por 17 crimes, um de associação criminosa, um de corrupção passiva no setor privado, um de manipulação de mercado, um de falsificação de documento, um de infidelidade e seis de branqueamento e seis de burla qualificada.

Manuel Fernando Espírito Santo

Primo de Ricardo Salgado e o único membro da família Espírito Santo a ir a julgamento além do ex-presidente do BES, liderava um dos cinco ramos no GES. Foi administrador durante duas décadas no BES e presidente da sociedade não financeira Rioforte nos últimos dois anos. Vai ser julgado por oito crimes, todos de burla qualificada.

João Martins Pereira

Antigo responsável de ‘compliance’, era auditor na PwC antes de entrar para a instituição bancária em 2003 para exercer funções de assessor do Conselho de Administração do BES. Vai ser julgado por três crimes de burla qualificada, todos em coautoria com diversos arguidos.

Etienne Alexandre Cadosch

Cidadão suíço, entrou para a esfera do GES em meados dos anos 90 do século passado. Esteve envolvido no processo de constituição de um conjunto de sociedades com a designação Eurofin. Vai ser julgado por 18 crimes: um de associação criminosa, um de corrupção passiva no setor privado, um de manipulação de mercado, um de infidelidade, um de falsificação de documento, seis de burla qualificada e sete de branqueamento.

Também com nacionalidade suíça, iniciou funções antes de 2006 na Eurofin UK, sociedade da qual se tornou acionista em 2008. Vai ser julgado por 17 crimes, designadamente um de associação criminosa, um de manipulação de mercado, um de falsificação de documento, um de infidelidade, seis de burla qualificada e sete de branqueamento.

Empresas Rio Forte Investments, Espírito Santo Irmãos, SGPS e Eurofin

Há três empresas acusadas de crimes para este julgamento: a Rio Forte Investments, que responde por um total de sete crimes - um de associação criminosa e seis de burla qualificada; a Eurofin, à qual são imputados 15 crimes: um de associação criminosa, um de corrupção passiva no setor privado, um de falsificação de documento, seis de burla qualificada e seis de branqueamento; e, finalmente, a Espírito Santo Irmãos, SGPS, pronunciada por dois crimes, de associação criminosa e de burla qualificada.

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