Paulo Gonçalves afirmou que assumiu a causa de lutar pelo agravamento da moldura penal da omissão de auxílio após atropelamentos.
Taxista que atropelou mortalmente estudante em Lisboa condenado a 14 anos e nove meses de prisão
O pai do jovem Afonso Gonçalves, atropelado mortalmente por um taxista, em Lisboa, em setembro de 2024, assegurou esta quinta-feira que não vai desistir de lutar pelo agravamento das penas de prisão por omissão de auxílio em atropelamentos.
Paulo Gonçalves falava aos jornalistas no final da leitura da sentença que condenou o taxista que atropelou o filho a 14 anos e nove meses de prisão pelos crimes de homicídio, condução perigosa e omissão de auxílio a Afonso Gonçalves.
O pai de Afonso Gonçalves considerou que a pena aplicada ao homicida "é adequada" dentro da moldura penal portuguesa.
No entanto, Paulo Gonçalves salientou que trocaria "de bom grado" com o condenado e cumpriria ele mesmo a pena de prisão, se isso lhe trouxesse o filho de volta.
"A justiça dos homens foi feita, mas a pena a que nós, família, fomos condenados, essa é perpétua e não tem condicional", acrescentou, salientando que não vai recorrer da sentença, para assim encerrar este capítulo e passar à fase seguinte.
Ao lado do advogado da família, Paulo Gonçalves afirmou que assumiu a causa de lutar pelo agravamento da moldura penal da omissão de auxílio após atropelamentos, tendo a decorrer uma petição para levar o assunto à discussão pela Assembleia da República.
"Iniciaremos um combate feroz, ativo e permanente contra o poder político, contra as câmaras municipais, se for necessário contra o Governo, no sentido de se criar um plano nacional em que se adotem algumas medidas para evitar este tipo de situações", disse, pelo seu lado, o advogado Manuel Luís Ferreira.
"Se for necessário instalar câmaras de vigilância, se for necessário pintar novas passadeiras, se for necessário definir as zonas críticas de acidentes e colocar placas, se for necessário requerer meios humanos para que se fiscalize este tipo de situações", acrescentou.
Paulo Gonçalves acrescentou que tem visto "quase diariamente casos de atropelamentos, muitos deles mortais, em que o novo normal é a fuga".
"Além disso, não vejo os organismos públicos a fazer nada que não sejam operações de cosmética, pequenos pilaretes e pinturas de passadeiras, quando isto é um flagelo. Morrem centenas de pessoas por ano nas nossas estradas e é preciso fazer alguma coisa", reforçou, salientando que é a missão de associar o nome do Afonso a esta causa, "para que não haja mais Afonsos", que vai mantendo a família "com alguma sanidade".
Afonso Gonçalves, um jovem de 21 anos, aluno de engenharia informática na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa, foi atropelado e abandonado sem socorro numa passadeira no cruzamento da Avenida dos Estados Unidos da América com a Avenida Rio de Janeiro, em Lisboa, no dia 08 de setembro de 2024, acabando por morrer.
O taxista que o atropelou sem o socorrer foi hoje condenado pelos crimes de homicídio, condução perigosa e omissão de auxílio.
O homem encontrava-se em prisão preventiva pelo atropelamento, mas na altura dos crimes estava em liberdade condicional e já tinha estado envolvido em pelo menos três atropelamentos anteriormente, um dos quais mortal.
O arguido continuava a exercer a profissão de taxista, embora, segundo o Tribunal, tenha cometido, no passado, 21 crimes, 11 deles em contexto rodoviário.
No final da leitura da sentença, o condenado considerou que "foi injusto".
"Injusto? Injusto é eu passar esta consoada e todas as consoadas daqui até ao fim dos meus dias sem o meu filho. Isso é que é injusto", considerou, pelo seu lado Paulo Gonçalves.
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