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Artigo exclusivo
Pedro Dias vem de uma das famílias mais ricas de Arouca, mas Justiça diz que não tem qualquer valor em seu nome.
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“Há uma Justiça para riscos e uma Justiça para pobres. E depois ainda há uma Justiça para os portugueses e uma para os estrangeiros. O Estado pagou mais de 800 mil euros aos familiares do cidadão ucraniano morto pelos inspetores do SEF. A nós, vítimas de Aguiar da Beira, nada foi pago”, diz Dulce Conceição, irmã de Lídia, a mulher que sofreu um AVC e ainda hoje vive com sequelas profundas depois de ter sido sequestrada por Pedro Dias.“Justiça? Mas que Justiça é esta? Eu nunca mais tive vida, alegria. Ele está confortável na cadeia, vai ser livre um dia e não se importa. E ainda lhe estamos a pagar um curso superior”, continua Maria de Fátima, mãe de Liliane, que não esconde a indignação perante uma Justiça que, segundo diz, “falhou em toda a linha”. O CM sabe que não há qualquer hipótese de as vítimas e seus familiares receberem as indemnizações. Pedro Dias deverá renunciar à herança dos familiares que passará diretamente para os filhos. Em liberdade, para poder usufruir da fortuna, dependerá da família, que sempre o apoiou. Está a licenciar-se em História enquanto está preso Pedro Dias era o único da família que não tinha curso superior. Apenas o 12º ano e uma vida errante que passava por trabalhos temporários. Condenado a 25 anos de cadeia - está preso há cinco - Pedro Dias está agora a licenciar-se em História. As propinas são suportadas pelo Estado, que entende ser esta uma forma de reabilitar os arguidos e evitar que regressem ao crime. Antes de ser transferido para a cadeia de Coimbra - onde recebe a visita dos familiares - Pedro Dias esteve em Vale de Judeus. A cadeia de alta segurança foi a sua casa até a decisão transitar em julgado. Depois disso, deixou de ser considerado perigoso.
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