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"Para mim, missas eram programas e padres comentadores": Pedro Guerra desconhece códigos usados por Adão Mendes

Em causa está a divulgação de comunicações entre elementos ligados à estrutura de Benfica e terceiros. Acompanhe aqui o julgamento

25 de outubro de 2022 às 13:54

Pedro Guerra vai ser ouvido, durante esta tarde de terça-feira, sobre a divulgação de emails do Benfica pelo Porto Canal, que o próprio classifica como "o maior ataque feito ao maior clube português".

Ao Correio da Manhã, Pedro Guerra, comentador desportivo e antigo colaborador do Benfica, diz que acredita que "a justiça fará o seu caminho" depois de, há cerca de cinco anos, o Porto Canal ter divulgado comunicações entre elementos ligados à estrutura de Benfica e terceiros. Acrescenta ainda que "o que foi divulgado não corresponde à verdade. Eu era apenas e só um simples colaborador do SLB. Atribuíram-me uma importância que eu não tinha".

Já durante o julgamento, confrontado com vários emails trocados com Luís Filipe Vieira e o ex-árbitro Adão Mendes e que foram divulgados no Porto Canal, Pedro Guerra afirmou que "Francisco J Marques fantasiou situações que nunca existiram. Uma farsa e mentira montada de um esquema de corrupção na arbitragem em que estaria envolvido".

Pedro Guerra refere que a divulgação dos emails teve o como objetivo ajudar o FC Porto a "justificar aos adeptos porque não ganhava. O FC Porto tinha prejuízos, mas vendia muitos jogadores" e ainda judar "a condicionar a arbitragem no futuro, criando a ideia de um esquema de corrupção na arbitragem a envolver o Benfica".

Sobre o email que recebeu com as expressões "missas" e "padres", Pedro Guerra disse que o email de Adão Mendes foi uma novidade. "Ele nunca falou comigo ao telefone em missas e padres. Para mim, as missas eram programas e padres eram comentadores", referiu o comentador.

Adão Mendes já tinha testemunhado dia 7 de outubro sobre os códigos usados nos emails, mas para o antigo observador da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga de Clubes "as missas eram os jogos e os padres eram os árbitros."

Quando questionado por Nuno Brandão, advogado de Francisco J Mendes, e confrontado com imagens suas enquanto comentador da TVI, Pedro Guerra responde: "Estou a ser julgado aqui? Eu sou vítima. Queria alertar". O juíz apressa-se a informar que a função do ex-colaborador do SLB neste julgamento não é alertar ninguém, mas antes "cumprir um dever de cidadania".

Sobre se chegou a apresentar queixa sobre a divulgação dos emails, Pedro Guerra responde: "Ponderei. Tenho a noção das consequências. E olhe que não quero um tostão de gente que me repugna".

Tribunal chamou árbitro Pedro Pinheiro, que apitou o último clássico entre FC Porto e Benfica, a depor no julgamento do caso dos emails. O pedido foi feito pela defesa de Francisco j Marques. Pedro foi visado nos emails do ex-delegado de Liga, Nuno Cabral, que foram divulgados pelo Porto canal.

Caso dos emails

Francisco J. Marques é acusado de três crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações, três crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações agravados, em concurso aparente com três crimes de devassa da vida privada, e um crime de acesso indevido. O diretor de comunicação do FC Porto responde ainda por cinco crimes de ofensa a pessoa coletiva agravados e um crime de ofensa à pessoa coletiva agravado na sequência de uma acusação particular.

Já Diogo Faria responde por um crime de violação de correspondência ou de telecomunicações e um crime de acesso indevido, além de um crime de ofensa à pessoa coletiva agravado em acusação particular.

Por último, Júlio Magalhães está acusado pelo Ministério Público de três crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações agravados, em concurso aparente com três crimes de devassa da vida privada, bem como cinco crimes de ofensa a pessoa coletiva agravados.

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