Atendeu o telefone e ficou sem dinheiro na conta bancária? São cada vez mais os portugueses burlados através de links, emails ou chamadas.
A Internet e os dispositivos portáteis, como os telemóveis, tablets ou computadores, vieram facilitar o dia a dia dos portugueses e simplificar o acesso a vários serviços e comércio sem ter de sair de casa. Ainda assim, e apesar de ser muito prático conseguir fazer compras ou transferências à distância de um click, há alguns cuidados que devemos ter porque a facilidade com que podemos ser burlados é muito maior.
Já todos ouvimos falar de alguém que ficou sem vários milhares de euros porque carregou num link que não devia ou deu um código secreto através de uma chamada telefónica. Alguns casos vão ganhando destaque na comunicação social, mas há muitas mais vítimas do que aquelas que são noticiadas.
Ainda que as pessoas estejam mais sensibilizadas, a verdade é que as burlas estão cada vez mais criativas, bastante inovadoras e há quem se aperceba que foi burlado depois de já ter ficado sem o dinheiro.
O que é o cibercrime?
Comummente, o cibercrime está relacionado com a burla através de emails, links ou chamadas telefónicas. O Ministério Público afirma que este tipo de crime abrange ainda "burlas em plataformas de vendas online, divulgação ilícita de fotografias, crimes contra a honra, difusão de pornografia infantil ou crimes contra o direito de autor". A maioria destas burlas já existia antes da massificação da Internet e dos dispositivos móveis, mas intensificou-se com a normalização do uso de serviços e comércio online.
Quais são os tipos de cibercrime?
Algumas das burlas mais conhecidas são feitas através do MBWay, em que alguém tenta obter códigos bancários secretos para conseguir extorquir dinheiro, mas também têm aumentado as burlas com recurso a emails fraudulentos, links para sites falsos e ainda chamadas telefónicas. Ainda que haja outro tipo de burlas, as que visam extorsão através de contas bancárias são as mais frquentes.
O phishing é usado para obtenção fraudulenta de credenciais ou dados de cartões de crédito, normalmente via email, e que leva o utilizador a preencher os seus dados num site falso - mas que se assemelha muito à página oficial - permitindo acesso dos burlões às suas contas bancárias. O mesmo crime quando praticado através de SMS passa a chamar-se smishing
Segundo o Ministério Público, o phishing foi o cibercrime mais denunciado em 2021, sendo que deu origem a 167 denúncias, correspondentes a 14,39% do total de 1160 denúncias recebidas.
Já o vishing, um outro tipo de cibercrime, refere-se a burlas efetuadas através de chamadas telefónicas. Acontece quando alguém se faz passar por uma entidade para conseguir ganhar a confiança da vítima e obter os dados que pretende. Normalmente, o lesado só se apercebe que foi burlado assim que o dinheiro sai da sua conta bancária.
Como detetar emails de phishing?
Há algumas dicas que podem ajudar a identificar emails fraudulentos e distingui-los daqueles a que se deve realmente prestar atenção. Se o email tiver erros ortográficos ou má gramática, se houver muita urgência em que faça algo, se usar palavras demasiado fortes ou agressivas - como, por exemplo, 'A sua conta foi violada' -, se não tiver o seu nome escrito ou houver uma promessa de consequências graves caso não faça o que lhe pedem, desconfie. Todas estas características podem alertá-lo para uma possível fraude.
A Polícia Judiciária alerta que nenhum banco solicita aos clientes a confirmação das senhas de acesso e dos números de contrato, assim como também não solicita ao cliente que confirme os números do 'cartão matriz'. Se isto lhe for pedido, quer seja por email ou sms, não forneça os dados porque pode ser phishing
O que fazer para prevenir uma possível fraude?
A Polícia Judiciária aconselha a que nunca aceda a links ou anexos de emails estranhos e não responda este tipo de mensagens. "Apague-as imediatamente", avisam as autoridades.Para prevenir que a burla chegue a mais pessoas, a PJ pede que divulgue este alerta por familiares, amigos e outras pessoas próximas.
Dados sobre o cibercrime em Portugal
O cibercrime tem crescido em Portugal e há cada vez mais queixas de burlas às quais os bancos não conseguem dar resposta. Segundo dados do gabinete de Cibercrime do Ministério Público, no ano de 2020 as denúncias aumentaram de forma excecional, principalmente após o surgimento da pandemia de Covid-19. Nos períodos de confinamento, entre 2020 e 2021, as denúncias aumentaram de forma extraordinária.
Em 2021, o aumento foi ainda mais expressivo do que tinha sido em 2020. Em 2021 foram recebidas 1160 denúncias, sendo que durante todo o ano de 2020 tinham sido recebidas 544. Das 1160 queixas recebidas, 195 levaram à abertura de um inquérito e 25 foram encaminhadas para a Polícia Judiciária.
Apesar de as burlas com cartões bancários estarem a ser cada vez mais usadas, as falcatruas com compras online continuam, em 2021, a ser as denúncias que dão origem a mais investigações. Já os negócios com investimentos em criptoativos também começam a despertar o interesse dos burlões e o número de queixas junto do Ministério Público tem vindo a aumentar.
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