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Polícia reformado levanta-se da cama e mata a sogra a tiro de caçadeira

Uma depressão poderá ajudar a explicar o ato tresloucado de Carlos Cardoso, de 64 anos. Vítima, de 84 anos, teve morte imediata.

19 de julho de 2025 às 01:30
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Polícia reformado levanta-se da cama e mata a sogra a tiro de caçadeira

Já há vários anos que o agente da investigação criminal da PSP de Vila Real, de 64 anos, sofria de depressão. Terá sido isso que o levou à reforma antecipada, todos sabiam. Todos sabiam também que mantinha uma má relação com a sogra. Mas ninguém imaginava que tudo poderia terminar em tragédia, com Carlos Cardoso a matar a mãe da mulher com um tiro na cabeça.

Tudo aconteceu na madrugada de sexta-feira, na casa onde o polícia reformado vivia com a mulher e a sogra, em Alijó. Eram 04h00 quando Carlos Cardoso, sem qualquer razão aparente, se levantou da cama e dirigiu-se ao quarto da sogra. Antes passou pelo cofre onde guarda as armas e pegou na caçadeira. Depois de carregar a arma foi ao encontro da mulher, de 84 anos, que estava a dormir.

Disparou um tiro, quase à queima-roupa. O cartucho atingiu-a na cabeça. A mulher terá tido morte imediata. Quando as equipas de socorro chegaram, a idosa já não tinha sinais vitais.

Ao tomar consciência daquilo que tinha acabado de fazer, recarregou a caçadeira e tentou o suicídio, mas foi impedido pela mulher que lhe retirou a arma e evitou que a tragédia assumisse proporções ainda maiores. Conformado, sentou-se e esperou pela patrulha da GNR que entretanto acompanhava as equipas de socorro.

Entregou-se sem qualquer resistência e confessou de imediato o crime. Foi entregue à Polícia Judiciária de Vila Real que o irá apresentar a um juiz de Instrução Criminal para ser ouvido em primeiro interrogatório judicial, no Tribunal de Vila Real, e ficar a conhecer as medidas de coação. 

"Havia muitas discussões"

O alegado homicida terá entrado na reforma com problemas de depressão. Foi medicado, mas há algum tempo que não estaria a tomar a medicação. Os vizinhos e amigos sabiam do clima de animosidade entre genro e sogra. "Havia muitas discussões, mas nunca em público", conta uma testemunha sob anonimato. "Ninguém esperava uma coisa destas ", concluiu.

Tinha licença de uso e porte de arma

Apesar de ter entregado a arma de serviço quando deixou de prestar serviço no Comando Distrital de Vila Real da PSP e de continuar a sofrer de depressão, Carlos Cardoso tinha a licença de uso e porte de arma em dia. O agente reformado da PSP era caçador e por isso tinha em sua casa, guardadas num cofre próprio, várias caçadeiras e carabinas, com as respetivas munições. Foi com uma dessas caçadeiras que matou a sogra. Após o crime, Carlos Cardoso manteve-se em casa e esperou pela chegada da patrulha da GNR, tendo sido detido sem oferecer resistência.

E TAMBÉM

Judiciária reconstituiu crime

A investigação do crime está a cargo da Polícia Judiciária de Vila Real. Na sexta-feira, assim que as autoridades foram informadas, várias equipas dirigiram-se ao local para realizarem a recolha de provas. Ainda na sexta-feira, os inspetores estiveram a fazer a reconstituição de todos os factos que levaram a este desfecho.

Amante de motas

Como amante de motas, participava em passeios e concentrações de motards. Ainda recentemente esteve num evento em Mirandela. Tinha uma Honda CBR 500.

Cuidava das vinhas

Desde que se reformou da PSP, Carlos Cardoso passou a cuidar das vinhas, que ocupam os terrenos agrícolas da sogra e outros que a sua mulher herdou dos pais. Essa atividade ocupava os seus tempos livres, a par da prática da caça.

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