Treze elementos da PSP sentados no banco dos réus.
Tráfico de armas e droga, segurança privada ilegal, corrupção e coação são os crimes que empurraram treze agentes da PSP para o banco dos réus. Começaram ontem a ser julgados no Campus de Justiça, em Lisboa, juntamente com 14 civis e uma empresa de segurança privada. Apenas quatro arguidos – um dos quais polícia – vai prestar declarações ao coletivo de juízes. Os restantes preferem remeter-se ao silêncio.
Os factos remontam aos anos de 2010 e 2011. Um dos muitos casos envolve o ex-comandante da esquadra do Estoril José Canilho. O subcomissário cruzou--se na esquadra com um oficial de justiça do Tribunal de Cascais que pretendia saber dados pessoais de uma mulher brasileira que andava a chantagear o irmão. O oficial da PSP recolheu os dados e disse que ia tratar do assunto. Segundo a acusação, a mulher foi ameaçada e coagida pelo subcomissário. Estaria grávida e perdeu o bebé "devido à pressão e ansiedade". Ontem, o oficial de justiça negou ter feito qualquer pagamento em troca da "resolução do problema".
Manuel Silva, guarda prisional, também arguido no processo, negou ontem ter recebido dinheiro em troca do favor de guardar casas de pessoas influentes como o milionário Patrick Monteiro de Barros, conhecido empresário ligado ao negócio do petróleo, e de Nicole Bulhosa, viúva do também milionário Manuel Bulhosa. "Eu, o Magee e outros passávamos pelas casas e víamos se estava tudo bem, porque somos amigos. Ligávamos as luzes para dar a entender que estava gente quando não estava, mas não recebíamos nada", disse o guarda.
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