As bóias, os braços no ar e os gritos dos cinco portugueses que se perderam no Mar Vermelho, quando faziam mergulho, não foram suficientes.
Durante 14 horas o objectivo foi só um: sobreviver à superfície das águas egípcias. Os turistas acabaram por ser salvos por um barco de mergulho que ali passava. Mas acreditam que foram os golfinhos que levaram a embarcação até si.
São cinco amigos com experiência em mergulho. Não foi a primeira vez que foram ao Egipto, nem são novatos nas profundezas do mar. Mas a aventura, ou o susto, que viveram no domingo passado vai ficar para sempre nas suas memórias. Que o diga Alexandra Gaspar, 29 anos.
Chegada ontem de manhã ao aeroporto de Lisboa, a jurista pôs o cansaço de lado e contou ao Correio da Manhã a sua experiência em pleno Mar Vermelho. “Mergulhámos, pelas 07h15, e seguimos atrás do guia. Só que quando viémos à superfície já não vimos a embarcação que nos tinha trazido”, disse.
Já longe da costa, o grupo, constituído pelos cinco portugueses, cinco ingleses e dois belgas, tentou sempre manter a calma. “Cada barco que passava era uma alegria. Mas quando não nos viam, começávamos a pensar na sobrevivência” contou um outro português perdido, Jorge Correia.
O gestor, de 33 anos, lembrou ainda a preocupação que tiveram com as cerca de vinte pessoas que seguiam a bordo do barco de mergulho. Também houve tempo para lembrar os familiares que, naquela altura, já deviam ter sido alertados pela comunicação social.
Houve também os momentos em que, os megulhadores, simplesmente ‘desligaram’. Sem noção do tempo, começaram a ver helicópteros a sobrevoar a zona onde se encontravam, a 60 quilómetros da costa da ilha Akhawayn. Mas o alarido que faziam nunca foi visto pelas autoridades, que os procuravam.
Já a noite tinha caído e a fome e a sede começavam a ser mais difíceis de suportar. Foi quando começaram a ouvir o som de golfinhos. O som que alertou o barco de mergulho que ali passava e que viria a salvar os turistas pelas 21 horas locais.
EXPERIÊNCIA DE MERGULHO MANTEVE A CALMA
António Moreira, Jorge Correia, Miguel Queiroz, Maurício Faria e Alexandra Gaspar são cinco amigos que têm um gosto em comum: o mergulho. Já viajaram por vários países para conhecer as profundezas do mar e o Egipto não foi uma novidade. Novo foi o susto que apanharam em pleno Mar Vermelho. Mas a aventura não reteve os jovens que, cansados, não quiseram voltar para Portugal. Pelo contrário, voltaram a mergulhar naquela zona. A experiência do quinteto foi um factor fundamental para manterem a calma em águas egípcias. Instado a caracterizar as maravilhas do Mar Vermelho, Miguel Queiroz, de 28 anos, sublinhou as espécies marinhas que por lá encontraram. “Não vimos muito, mas conseguimos ver tubarões”, disse. A coragem e a paixão do grupo de amigos pelo mar já os levou a vários países. Embora nas águas portuguesas também hajam maravilhas: “costumamos ir para Sesimbra”, acrescentou.
MUDANÇAS CLIMATÉRICAS
O grupo que, na semana passada, mergulhou no mar Vermelho e perdeu de vista o barco de mergulho que os auxiliava defende que foram os golfinhos que os salvou. Os próprios tripulantes da embarcação que salvou os mergulhadores afirmaram que o que lhes chamou a atenção foi a agitação dos mamíferos. Alertados, decidiram segui-los. E foi assim que encontraram os turistas. Já na origem do ‘desvio’ poderá estar uma mudança brusca das condições climatéricas. Os turistas afirmam terem sido arrastados por uma forte corrente na direcção contrária à do barco de mergulho que os acompanhava. Os portugueses afirmam, ainda, que é provável que o barco tenha deixado de avistar as bóias de sinalização. É que as ondas estavam altas, a cerca de metro e meio, enquanto as bóias atingiam apenas o metro e vinte.
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