Extorsão, sequestro e posse ilegal de arma. Por todos estes crimes, o Tribunal da Boa- -Hora, em Lisboa, condenou Mário Machado, líder do movimento de extrema-direita Frente Nacional (FN), a um cúmulo de três anos de prisão, em pena suspensa por quatro anos. Outro co-arguido, Rui Pereira, foi sentenciado a uma pena de dois anos de prisão, suspensa por três.
O colectivo de juízes que julgou o caso condenou o dirigente nacionalista a oito meses de prisão por cada um dos dois crimes de sequestro dados como provados e a sete meses de prisão por posse da arma.
O co-arguido Rui Pereira foi condenado pelo crime de tentativa de extorsão. No entanto, ficou absolvido dos dois crimes de sequestro, pelos quais era acusado pelo Ministério Público.
O arguido Mário Machado, apesar de tudo, mostrou-se satisfeito com o veredito, afirmando que, a respeito dos factos que lhe foram imputados, apenas tentou “fazer aquilo que as autoridades demorariam anos a fazer”.
Os factos pelos quais Mário Machado foi agora condenado remontem a Setembro de 2003, quando este e um amigo entraram no escritório de um advogado para cobrar uma alegada dívida. Segundo a acusação, os dois homens terão ameaçado as funcionárias do escritório e o próprio causídico, até que este lhes passasse um cheque.
O dinheiro pertenceria a Rui Rodrigues Pereira, também arguido no processo, que terá falado das suas dificuldades económicas a Mário Machado e este decidiu, juntamente com o referido amigo, fazer a cobrança ao advogado que, alegadamente, estaria a protelar o pagamento da sua dívida.
Foi esta situação de impasse de pagamento da quantia devida que levou Mário Machado a declarar no fim do julgamento, que tentara fazer aquilo que as autoridades levariam anos a conseguir.
Recorde-se que Mário Machado é dirigente da Frente Nacional, um movimento de extrema-direita que recentemente organizou na capital portuguesa várias manifestações contra a criminalidade supostamente praticada por imigrantes.
No início de Junho, o dirigente nacionalista foi detido pela PSP e interrogado pelo Tribunal de Instrução Criminal por, numa reportagem televisiva, ter mostrado uma arma semi-automática. A PSP veio a apreender em casa de Mário Machado a referida caçadeira, tida como ilegal, uma besta e um aparelho de choques eléctricos. Na sequência desta acção, foi-lhe aplicado o Termo de Identidade e Residência.
CUMPRIU PENA POR HOMICÍDIO NO BAIRRO ALTO
Mário Machado foi condenado, em 1997, a uma pena de prisão de quatro anos e três meses por envolvimento na morte de Alcino Monteiro. O crime remonta a 1995, quando um grupo de cabeças-rapadas que comemorava o Dia de Camões, 10 de Junho, pelas ruas do Bairro Alto, espancou até à morte Alcino Monteiro, um cabo-verdiano de 27 anos. Dezassete cabeças-rapadas foram levados à barra do Tribunal do Monsanto.
Numa entrevista ao CM, em Maio do ano passado, Mário Machado recordou o dia do crime: “Um grupo de negros acercou-se de um grupo de ‘skins’. Eles tentaram atacar os ‘skins’, que foram de imediato pedir ajuda aos camaradas. Estalou uma batalha racial nas ruas do Bairro Alto, onde negros procuravam ‘skins’, e ‘skins’ negros para a confrontação”, disse.
Mário Machado, de 29 anos, entrou aos 13 para a Juventude Leonina, onde teve o primeiro contacto com o movimento ‘skinhead’ de extrema-direita. Ascendeu a líder da Frente Nacional. Em 1995 envolveu--se no assassínio de Alcino Monteiro, num confronto com africanos, no Bairro Alto, Lisboa. Em 1997, foi condenado a quatro anos e três meses de prisão por este crime. Consta nos registos criminais de várias polícias europeias e ultimamente esteve envolvido em várias polémicas.
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