A edição de hoje
Paula Fernandes, 42 anos, disse aos juízes que escondeu cadáver do filho na mala do carro, pois não o queria perder. Autópsia revela que menino respirou.
Paula Fernandes falou durante mais de duas horas. Recordou diante dos juízes o momento em que deu à luz, sozinha, na casa de banho da Escola primária de Ponte de Vagos, onde era professora, e garantiu que não matou o filho bebé. Alegou que o menino nasceu morto e que depois escondeu o cadáver na mala do carro. O caso ocorreu a 11 de maio de 2011 e a docente, de 42 anos, responde por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
"Não matei o meu filho, ele nasceu morto. O menino não reagia. Fiquei frustrada e envergonhada com o que tinha acabado de acontecer", disse.
A professora alegou que sentiu as dores do parto ao final da manhã. Foi à casa de banho da escola e quando deu conta o bebé estava a nascer. O menino caiu de cabeça na sanita e Paula não teve forças para pegar nele. "Depois peguei numa tesoura e cortei o cordão umbilical. As minhas colegas começaram a insistir para eu sair da casa de banho. Eu escondi então o bebé na minha carteira. Não queria que nos separassem", explicou.
Duas colegas de Paula, que tem já dois filhos, chamaram o INEM e a professora foi para o hospital de Aveiro. Queria levar o bebé para casa, lá estaria a sós com o meu filho. Mais tarde faria um funeral", concluiu.
O tribunal de Vagos ouviu também Marion Tavares, a cunhada de Paula que encontrou o cadáver dois dias depois. "Senti um cheiro forte. Fui à mala do carro e encontrei-o", contou.
Após ter dado à luz, Paula disse à médica do hospital que estava de 16 semanas. A autópsia revelou que o bebé nasceu vivo. n
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