Artigo exclusivo
Armando Pereira também tinha garagem para guardar carros suficiente para 15 generosos T3, em Lisboa e no Porto.
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Mas se Hernâni tinha uma luxuosa garrafeira, Armando tinha uma melhor garagem. Eram 1500 metros quadrados (poderiam ser 15 generosos T3, nas maiores cidades portuguesas), de dois andares e climatizados. O espaço era de tal forma luxuoso que Hernâni se mostra chocado numa conversa sobre um carro que Armando adquiriu. Custou pouco mais de 20 mil euros e o milionário minhoto dizia que não podia estar no mesmo espaço que as máquinas que ambos possuíam. Na ‘Operação Picoas’, o Ministério Público apreendeu 32 automóveis, a ambos os arguidos, que valem mais de 20 milhões. Mas ficaram todos nas garagens dos próprios, porque o Estado não tem local para os guardar. APONTA CONTRADIÇÕESRosário Teixeira, o procurador do Ministério Público que lidera a investigação, está a ser minucioso nos interrogatórios aos arguidos. Não poupa nas perguntas e tem apontando várias contradições aos arguidos, confrontando-os depois com factos e escutas do processo. A investigação já dura há cerca de 4 anos. Casa alvo de buscasA casa de Alexandre Fonseca foi alvo de buscas. Ainda não é arguido, mas há suspeitas de recebimentos indevidos relativos a serviços fictícios. TAPA A CARAHernâni sabia que os jornalistas estavam na quinta-feira postos para captar a sua imagem, após o interrogatório. Algemado e vigiado por dois polícias, empresário saiu por isso da sala a cobrir o rosto com uma peça de roupa. Ficam presos 11 dias até à decisão do superjuiz Armando Pereira e os restantes arguidos presos só vão conhecer as medidas de coação - na melhor das hipóteses - na próxima segunda-feira. Detidos desde o dia 13, vão ficar presos, nos calabouços da PSP, pelo menos 11 noites, até saberem se saem em liberdade. Hernâni Vaz Antunes foi detido dois dias mais tarde, após se entregar à polícia. Foi o último arguido a ser interrogado. Começou na quinta-feira à tarde a falar perante o juiz Carlos Alexandre, após a inquirição do amigo Armando. Mas o depoimento não ficou concluído e continua esta sexta-feira, no Campus de Justiça, em Lisboa. Os trabalhos ficam, no entanto, suspensos durante o fim de semana. Antes da decisão de Carlos Alexandre, haverá lugar à promoção do Ministério Público e aos argumentos finais das defesas. Foram muitos os contratempos que levaram à demora e atrasos nos interrogatórios dos quatro arguidos detidos, desde logo o facto de Carlos Alexandre, enquanto juiz de turno naquele tribunal, ter sido obrigado a suspender os interrogatórios, várias vezes, para ouvir outros presos. “A expectativa é que se saiba as medidas de coação na segunda-feira, se correr tudo bem. É cansativo. Os arguidos estão a ficar impacientes. O meu arguido [Armando Pereira] está detido há muitos dias e até segunda-feira não terá decisão. A culpa é do Ministério da Justiça, que não tem condições para os tribunais funcionarem com mais rapidez”, afirmou na quinta-feira o advogado Pedro Marinho Falcão. A defesa do milionário criticou ainda a indiciação do Ministério Público, assinada pelo procurador Rosário Teixeira, classificando-a de “um conjunto de presunções”. Alexandre Fonseca avisa Armando sobre desconfianças do sócio francêsAs escutas revelam que, em 2018, Alexandre Fonseca, ex-CEO da Altice, agora com funções suspensas, avisou Armando Pereira de que a Deloitte, encarregue de uma auditoria à empresa, estava a fazer perguntas sobre os imóveis que Hernâni tinha comprado à Altice. Na conversa, Fonseca comenta que decidiu alertar Armando porque sabe que o sócio francês Patrick Drahi, fundador da Altice, "não morre de amores" por Hernâni Antunes.
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