O Santuário de Fátima divulgou ontem as contas de 2005 com um prejuízo de 3,7 milhões de euros. É o primeiro saldo negativo desde que a contabilidade passou a ser apresentada publicamente. O prejuízo resulta da diminuição de receitas e, sobretudo, dos custos de construção da Igreja da Santíssima Trindade, a inaugurar em 2007.
De acordo com as contas ontem divulgadas, as obras da nova basílica absorveram dez milhões de euros no ano passado e o total de investimentos feitos pelo Santuário ascendeu a 12,4 milhões de euros. Sem investimentos, o Santuário teria um lucro de 8,7 milhões de euros.
Os custos da construção da Igreja da Santíssima Trindade – com um orçamento global de 53 milhões de euros – já se tinham feito sentir no exercício de 2004, o qual apresentava – depois de investimentos – um lucro de 0,9 milhões de euros, o mais baixo desde que os números passaram a ser lidos aos fiéis em 1999.
No entanto, a situação não preocupa o novo bispo responsável pela diocese, D. António Marto, que tomou posse a 26 de Junho. “Não é catastrófico”, declarou ontem, denotando confiança no futuro.
MENOS RECEITA
O ano passado o Santuário gerou 17,2 milhões de euros de proveitos, menos 1,8 milhões do que a receita recorde de 2004, mas as ofertas dos peregrinos aumentaram de 9,2 para 9,3 milhões de euros.
Com a assinatura da nova Concordata, o exercício de 2005 foi o primeiro em que o Santuário pagou impostos, mas o valor não foi revelado. É tributada a actividade comercial – duas livrarias, três casas de alojamento e duas lojas de artigos religiosos – e ficam de fora as receitas relacionadas com a actividade religiosa, onde se incluem as esmolas.
As contas do Santuário são divulgadas desde 2000 na peregrinação de 13 de Junho. Este ano, devido às alterações na Concordata, houve um atraso de um mês. Pela primeira vez o Santuário optou por não ler os resultados aos peregrinos e divulgá-los apenas à Imprensa, seguindo assim o modelo usado no Vaticano.
VATICANO LUCRA 9,5 MILHÕES
Um saldo positivo de 9,5 milhões de euros, que constitui o melhor resultado dos últimos oito anos, foi anunciado anteontem pelo Vaticano na apresentação das contas de 2005. O cardeal Sergio Sebastiani, responsável pela pasta dos Assuntos Económicos na Santa Sé, revelou que os custos com a organização das exéquias de João Paulo II, com o conclave de cardeais que elegeu o seu sucessor e com a cerimónia de entronização de Bento XVI custaram sete milhões de euros.
Depois de três anos seguidos de prejuízo, as finanças do Vaticano já haviam regressado aos lucros em 2004 – 6,6 milhões de euros – mas o saldo positivo divulgado anteontem é importante por demonstrar uma consolidação de resultados. Apesar disso, o relatório refere que a actividade institucional custou 121,3 milhões de euros, o que por si só representa um aumento de 19,7 milhões de euros em relação ao exercício anterior.
A actividade editorial e de media, onde se incluem a Rádio Vaticano e o jornal ‘L’Osservatore Romano’, por exemplo, revelou-se deficitária no ano passado. Quanto ao financiamento da Santa Sé, provém sobretudo das contribuições das igrejas locais e dos fiéis. As actividades financeiras renderam 43,3 milhões de euros.
ESTREIA DE D.ANTÓNIO
A peregrinação aniversária de ontem foi a primeira em que D. António Marto participou como bispo de Leiria-Fátima. O prelado tomou posse na diocese a 26 de Junho, substituindo D. Serafim Ferreira.
MUITO CALOR
D. António considerou “uma alegria” a presença de tantos peregrinos no Santuário, num dia de semana e com temperaturas altíssimas. Cerca de 15 mil pessoas assistiram às cerimónias religiosas.
MOMENTO RARO
O cardeal James Francis Stafford, penitenciário-mor do Vaticano, presidiu à peregrinação aniversária e no final da eucaristia de ontem concedeu uma bênção apostólica com indulgência plenária aos peregrinos. Um momento raro, destinado a quem cumprisse as seguintes condições prescritas: exclusão de afecto ao pecado, confissão, comunhão eucarística e oração pelo Papa.
- 17,2 milhões de euros de receita gerou o Santuário em 2005, um resultado inferior em 1,8 milhões de euros ao obtido em 2004.
- 9,3 milhões de euros provieram das ofertas dos peregrinos, que subiram ligeiramente em relação ao exercício anterior.
- 1 milhão de euros renderam as lojas do Santuário, a somar aos alojamentos (1,3 milhões) e receitas por discriminar (4,5 milhões).
- 8,5 milhões foi a despesa total, mais 1,1 milhões do que em 2004, sobretudo para serviços de administração e alojamentos.
- 12,4 milhões de euros investiu o Santuário em 2005 e cerca de 10 milhões foram para as obras da Igreja da Santíssima Trindade.
- 8,7 milhões de euros é o saldo positivo dos resultados correntes de 2005, apurados antes dos investimentos realizados.
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