Cinco GNR estão a ser julgados por receberem várias prendas para "fecharem os olhos".
Roupa, chinelos, biquínis, dinheiro e até uns sapatos de palhaço. Os cinco militares que pertenciam à GNR de Vila do Conde receberam entre 2011 e 2012, segundo a acusação, de tudo um pouco para "fecharem os olhos" às ilegalidades cometidas pela comunidade chinesa, na zona da Varziela. Ontem, no início do julgamento em Matosinhos, foram ouvidos dois militares.
"O dono do armazém apenas não me levou dinheiro pelos sapatos de palhaço porque aqueles estavam rotos e precisavam de uns pontos", disse Pedro Cardoso, que está ainda acusado de ter desviado malas contrafeitas, que depois vendeu por 750 euros.
No banco dos réus sentam-se ainda Márcio Gonçalves, Paulo Pinto, Rui Silva e Carlos Paralvas. Estes dois últimos chegaram a ser comandantes no posto.
Os arguidos têm entre os 26 e os 43 anos e estão todos em liberdade. "Nunca me deram nada de graça. Fui aos armazéns comprar roupa com a minha namorada e paguei. Nunca usei o facto de ser GNR para receber seja o que for", garantiu o militar Márcio Gonçalves, que negou ter recebido 300 euros de um comerciante. O arguido admitiu, no entanto, que tanto ele como Carlos Paralvas jantaram com um empresário chinês. "Foi um jantar normal, falámos de caça e de futebol. No final ele pagou, mas eu não queria. Dei-lhe 50 euros e ele atirou a nota para o chão", disse o militar, que foi aconselhado por uma das juízas a escolher melhor as pessoas com quem costuma jantar.
Na próxima sessão serão ouvidos os outros militares. Entre eles está Rui Silva, que segundo a acusação não fiscalizou um bar em troca de um show lésbico.
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