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Sargento Gomes rezou pelo futuro de Esmeralda

Uma missa que uniu reclusos e restantes militares marcou ontem as celebrações do Dia da Unidade no presídio de Tomar onde o 1.º sargento Luís Gomes está detido há 58 dias. O drama do pai adoptante de Esmeralda não foi ignorado pelo padre Agostinho Sousa, que presidiu à eucaristia: “Ele age por amor, está a dar-se por uma causa”, afirmou o sacerdote ao CM.

08 de fevereiro de 2007 às 00:00

Luís Gomes e os restantes quatro reclusos do presídio de Tomar tiveram participação activa na missa. Cantaram, rezaram e fizeram duas leituras, uma do Livro de Isaías e outra sobre a aparição de Jesus ressuscitado a Tomé. Não houve referências a Esmeralda – que faz cinco anos segunda-feira –, mas o drama da menina tem gerado empatia e solidariedade no estabelecimento prisional e permanece bem vivo na mente de todos.

O padre Agostinho Sousa – foi capelão do presídio entre 1981 e 1984 – frisa que “o serviço religioso na cadeia apoia, ouve, escuta e orienta, podendo ser uma ajuda importante num momento difícil”. O sacerdote, que na sua homilia não falou sobre o caso de Esmeralda, disse aos reclusos que devem “sonhar e ver para além das grades”, porque “atrás de qualquer nuvem há sempre o Sol”.

Esta semana, o bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, tinha revelado que acompanha em permanência a situação de Luís Gomes, a quem manifestou apoio e solidariedade.

As celebrações do 121.º aniversário do presídio terminaram com a cerimónia militar, que incluiu imposição de condecorações, uma demonstração pelo pelotão de segurança e a inauguração de uma exposição.

ASPECTOS DO DRAMA DA MENINA DA SERTÃ

ALEGAÇÕES

Em 2005, nas alegações junto do Tribunal Constitucional, a mãe biológica de Esmeralda esteve contra a vontade de Luís Gomes e Adelina de recorrerem da sentença do Tribunal de Torres Novas que dá o poder paternal a Baltazar Nunes.

SEM GUARDA

A advogada de então de Aidida Porto escreveu que Luís e Adelina não têm “nenhum especial poder de guarda sobre a menor, nem se vislumbra que o mesmo lhes possa ser conferido” e “não têm legitimidade” para interferir na decisão.

NÃO SÃO PARTE

A brasileira sustentou que Luís e Adelina “não são parte na causa” e “só excepcionalmente o Tribunal não deve entregar a menor aos pais [biológicos]”. O Tribunal Constitucional reconheceu há dias que Luís e Adelina podem recorrer.

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