A edição de hoje
Funcionário da Judiciária condenado a seis anos de prisão efetiva em outubro passado.
Agrediu a mulher, encostou-lhe um revólver à cabeça e, depois da separação, ao passar algum tempo com os dois filhos menores, o técnico de telecomunicações da Polícia Judiciária agredia-os, insultava-os, masturbava-se à frente deles, obrigava-os a verem filmes pornográficos e fazia sexo com a nova companheira na presença das crianças.
"Já és um homem, tens de aprender estas coisas", disse ao filho, segundo o acórdão de 20 de outubro passado, em que foi condenado a seis anos de prisão.
O homem, de 49 anos, que se manteve em liberdade depois de apresentar recurso, voltou agora aos atos violentos. Desta vez, no sábado passado, agrediu um agente da PSP após ter sido apanhado a furtar num supermercado na Póvoa de Santa Iria, Vila Franca de Xira. Presente a um juiz, saiu com termo de identidade e residência.
Funcionário da Judiciária desde 1993, o técnico iniciou uma relação em 2002, que acabou em 2005. Durante esse período o casal teve um menino e uma menina. Segundo o acórdão a que o CM teve acesso, a mulher era várias vezes insultada e agredida, o que levou a que esta saísse de casa três anos depois.
O homem iniciou uma nova relação em 2006 e, nos anos seguintes, recebeu de forma frequente a visita dos filhos. As crianças, hoje com 13 e 14 anos, eram obrigadas a ver filmes pornográficos e assistiam ao pai a masturbar-se e a manter relações sexuais com a nova companheira. Eram igualmente agredidos com um pau a que o pai chamava ‘Júlio’.
O homem acabou mesmo por partir essa arma na cabeça do filho.
PORMENORES
Cinco crimes
O técnico da PJ foi condenado por três crimes de violência doméstica e dois de abusos sexuais de menores. A atual mulher foi condenada pelos abusos sexuais a dois anos e meio de pena suspensa.
Baixa médica
Segundo o CM apurou, a Judiciária instaurou ao técnico de telecomunicações um processo disciplinar, que está suspenso até o acórdão transitar em julgado. Encontra-se atualmente de baixa.
Pedopsiquiatra
Devido aos constantes abusos físicos e verbais, os dois filhos do agressor estão a ser acompanhados clinicamente por pedopsiquiatras. No julgamento foram apresentados vários relatórios.
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