Tios esperavam Inês Francisco, de 17 anos, para passar a Páscoa.
O cartão de cidadão caducado trocou as voltas a Inês Francisco, jovem de 17 anos vítima do acidente em França. "Costumava vir de avião, mas por causa do documento decidiu fazer a viagem de carrinha", contou a tia paterna, Evelina Francisco, que, na sua casa em Vicentes, Pombal, a esperava para passar as férias da Páscoa. Como muitas outras que, ao longo dos anos, ali passou, aproximando-a de tal forma da prima, da mesma idade, que se tratavam como irmãs. Inês usava até, nas redes sociais, o apelido ‘Alves’, de Liliana. E a jovem era, ontem, a imagem da desolação. "Tínhamos um sonho as duas, que era viver juntas e conhecer o Mundo", disse ao CM. "Agora, tenho que ser feliz por ela", frisou.
Inês vivia em Friburgo, na Suíça, com os pais. Partiu rumo a Portugal na quinta-feira, pouco depois das 19h00. E foi na madrugada de sexta-feira que a tia recebeu a notícia do acidente. "Telefonaram a dizer que tinha havido o acidente e que ninguém tinha sobrevivido. Havia mais do que uma carrinha e eu sempre acreditei que ela viesse numa das outras", contou a tia, entre lágrimas. Eram já 05h00 da madrugada quando recebeu do irmão, pai da jovem, o telefonema a confirmar a tragédia. "Não quis acreditar. Não podia ser ela. Era a nossa felicidade, aquela menina, sempre com um sorriso no rosto", adiantou Evelina.
Sábado, de rostos sombrios, os tios e a prima aguardavam por mais notícias. Pela chegada dos pais da jovem, que, entretanto, se tinham feito à estrada, pela marcação da trasladação do corpo para Portugal e pela data das cerimónias fúnebres. "Ela dizia que queria vir para Portugal. Não devia ter acontecido assim", afirmou a tia.
Inês era natural de Pombal, onde viveu grande parte da sua vida, em casa da avó materna.
"Perdemos amigos gente da nossa terra"
Na pequena aldeia de Espadanedo, em Cinfães, a emoção multiplica-se. Chora-se a morte de uma família: pai, mãe e filha de sete anos. "Perdemos amigos, gente da nossa terra", diz o presidente da junta, Paulino Amorim, sem controlar as lágrimas. O autarca lembra que o casal foi para a Suíça à procura de melhorar a vida. "Estavam a reconstruir uma casa, tinham o sonho de voltar. Eram pessoas de trabalho", conta o autarca.
A Páscoa, este ano, será mais triste. Paulino Amorim diz que a festa já foi cancelada: o fogo, a romaria, a visita pascal. "Não há alegria. Estamos de luto."
Angelina, a vítima mortal, era acólita e ontem mesmo era esperada na igreja. A missa de Páscoa iria contar com a sua presença, quer nas leituras, quer no coro. "Ela sempre foi muito religiosa e muito próxima da igreja. Era o primeiro sítio onde ia quando regressava. Era uma família que sempre foi muito devota, eram muito crentes em Deus", recorda.
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