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Odair Moniz
10 de novembro de 2025 às 09:42

Testemunha diz que Odair "levantou os braços e pediu que não o algemassem", mas imagens contradizem declarações

O que sabemos até agora:

- Decorre esta segunda-feira, no Tribunal de Sintra, a terceira sessão de julgamento do caso da morte de Odair Moniz, de 43 anos, no Bairro da Cova da Moura, Amadora. Esta segunda-feira vão depor testemunhas;
- Bruno Pinto, o agente da PSP suspeito de matar Odair Moniz, já foi ouvido; 
- O caso remonta a 21 de outubro de 2024, depois de Odair ter tentado fugir à PSP, de acordo com o despacho;
- Bruno Pinto, de 28 anos, alegou ter temido pela vida para justificar os disparos, mas a fita do tempo reconstituída com recurso a imagens videovigilância e gravações de moradores reforçam dúvidas sobre a circunstância em torno dos disparos da polícia;
 - As imagens recolhidas mostram outro agente a mexer nos bolsos da vítima, mais de 20 minutos depois dos disparos que atingiram Odair, momento em que surgem as primeiras imagens do punhal, que, segundo o auto da PSP, originou os disparos fatais;
 - Odair foi atingido com dois tiros, no tórax e na zona da virilha;
 - O agente da PSP, Bruno Pinto, está acusado de homicídio e incorre numa pena de oito a 16 anos de prisão;
Hoje às 11h31

Outro morador mantém versão: "Odair, com as mãos para cima, pediu para não o prenderem"

Segue-se o depoimento de Marco Brito, que mora na rua principal da Cova da Moura. A testemunha não conhece nem o agente da PSP Bruno Pinto, nem Odair Moniz.

 “Tem conhecimento direto dos factos. Viu alguma coisa?", pergunta o procurador. Marco Brito responde: "Sim".

"O local do acidente fica onde? O que ouviu?”, continua o procurador.

É à frente da minha casa. O barulho dos carros, o estrondo que deu, achei estranho, fui à janela. Cheguei à janela e vi o disparo para o ar, de aviso. Ouvi um disparo para o ar, o Odair veio para trás, com as mãos para cima a pedir para não o prenderem. Ouvi três disparos, vi um agente a tirar uma arma”.

Hoje às 10h46

"Ouvi dois disparos e o Odair caiu": Moradora da Cova da Moura testemunha o que viu

Fala agora Stephanie Silva, empregada doméstica e moradora da Cova da Moura. Conta que os "agentes queriam algemar" Odair Moniz "mas ele não deixava", e que “ele ficou no meio dos dois agentes, começaram a lutar, eu ouvi dois disparos e o Odair caiu”.

A testemunha clarifica que apenas ouviu os disparos e recorda a confusão na rua: "De repente chegou muita gente”.

Viu algum objeto nas mãos de Odair, quando segundo a mesma, disse que Odair estava a tentar afastar os polícias?” questiona o procurador. "Não tinha nada nas mãos. Ele estava de frente para mim", responde.

Stephanie Silva é questionada sobre alguns pormenores da indumentária de Odair Moniz na noite da morte. De seguida, pedem-lhe que recorde os momentos que antecederam os disparos, e se se lembra do barulho do carro a travar. "Não, só ouvi o embate, achei que alguém tinha sido atropelado”, responde.

Acrescenta ainda que acompanhou o momento da conversa entre Odair e os agentes, ainda que não conseguindo ouvir o que diziam. E diz que não viu o primeiro a agredir a polícia: Só o vi a tentar impedir que fosse algemado”.

“Antes de chegar o reforço da polícia, chegaram mais pessoas?”, pergunta o advogado do agente da PSP. "Iam chegando aos poucos", responde Stephanie.

“Viu alguém, alguns jovens, a descer a rua a correr antes de se darem os disparos?”, continua o advogado. "Não, não vi nada”, prossegue a testemunha.

Agora quem questiona Stephanie é a juíza: "Reparou nas bolsas do Odair em que momento?". "Quando ele já estava no chão", clarifica.

Stephanie diz que tinha os estores de casa abertos e que conseguiu ouvir a conversa dos polícias com Odair. "
Estavam a falar normal", acrescenta.

Termina o depoimento.

Hoje às 10h17

Testemunha diz que Odair "levantou os braços e pediu que não o algemassem", mas imagens contradizem declarações

Nuno Batista afirma ter ouvido "dois disparos" na noite do caso. E garante que Odair Moniz não estava armado. "Ele esteve sempre de braços no ar, não tinha nenhuma arma na mão", diz em tribunal.

O estafeta conta ainda que, depois dos disparos, "os reforços policiais chegaram logo. O INEM demorou mais tempo a chegar".

O advogado do agente Bruno Pinto diz que as declarações da testemunha, Nuno Batista, são contraditórias.

A testemunha diz que Odair levanta os braços, a pedir que não o algemem, mas confrontado com as imagens, Odair não é visto a levantar os braços.

A juíza pergunta o que viu a seguir aos disparos; Nuno Batista diz que “as pessoas aproximaram-se e os polícias fizeram perímetro de segurança... momentos depois vi os agentes ajudarem Odair”.

Questionado sobre como estava o ambiente na rua, diz que “as pessoas começaram a aparecer, alguma tensão entre os polícias a tentarem agarrá-lo. Ninguém se pôs no meio para defenderem o polícia ou o Odair”.

Hoje às 09h54

"Ouvi um estrondo, vi disparos e o Odair com os braços para o ar a pedir que não o algemassem", diz testemunha

Começa a ser ouvido o estafeta Nuno Batista que afirma "não conhecer nem o polícia, nem Odair". No dia em que Odair morreu, Nuno Batista estava em casa e ouviu um estrondo, que o fez acordar. Levantou-se, foi à janela, viu Odair no meio de dois polícias, ouviu um primeiro disparo e no segundo disparo viu Odair cair no chão.

Depois de ter caído no chão, Nuno Batista, não viu Odair com nenhum objeto nas mãos

A casa da testemunha "fica de frente para o local do crime". Pelo que viu, a testemunha, diz que Odair nunca foi agressivo.

«Estava com os braços para cima, estavam todos muito perto, o Odair pediu “não me algemem”». diz Nuno Batista. “Eu ouvi um estrondo, vi disparos e o Odair com os braços para o ar a pedir que não o algemassem”, reforça o estafeta.

Hoje às 09h42

Começa a terceira sessão do julgamento

Hoje às 09h37

Viúva de Odair Moniz não está presente na sala de audiências

Na sala de audiências estão presentes os advogados de defesa de Odair Moniz e o advogado de Bruno Pinto, acompanhado pelo agente da PSP.

A viúva de Odair Moniz não está presente.

Hoje às 09h12

Movimento Vida Justa presente no julgamento

A carregar o vídeo ...

Hoje às 08h51

Tudo o que foi dito na segunda sessão do julgamento

Saiba tudo o que foi dito na segunda sessão de .

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