Maria Ruela Cunha
JornalistaJoana Mendes
JornalistaAndré Filipe Antunes
JornalistaOutro morador mantém versão: "Odair, com as mãos para cima, pediu para não o prenderem"
Segue-se o depoimento de Marco Brito, que mora na rua principal da Cova da Moura. A testemunha não conhece nem o agente da PSP Bruno Pinto, nem Odair Moniz.
“Tem conhecimento direto dos factos. Viu alguma coisa?", pergunta o procurador. Marco Brito responde: "Sim".
"O local do acidente fica onde? O que ouviu?”, continua o procurador.
“É à frente da minha casa. O barulho dos carros, o estrondo que deu, achei estranho, fui à janela. Cheguei à janela e vi o disparo para o ar, de aviso. Ouvi um disparo para o ar, o Odair veio para trás, com as mãos para cima a pedir para não o prenderem. Ouvi três disparos, vi um agente a tirar uma arma”.
"Ouvi dois disparos e o Odair caiu": Moradora da Cova da Moura testemunha o que viu
Fala agora Stephanie Silva, empregada doméstica e moradora da Cova da Moura. Conta que os "agentes queriam algemar" Odair Moniz "mas ele não deixava", e que “ele ficou no meio dos dois agentes, começaram a lutar, eu ouvi dois disparos e o Odair caiu”.
A testemunha clarifica que apenas ouviu os disparos e recorda a confusão na rua: "De repente chegou muita gente”.
“Viu algum objeto nas mãos de Odair, quando segundo a mesma, disse que Odair estava a tentar afastar os polícias?” questiona o procurador. "Não tinha nada nas mãos. Ele estava de frente para mim", responde.
Stephanie Silva é questionada sobre alguns pormenores da indumentária de Odair Moniz na noite da morte. De seguida, pedem-lhe que recorde os momentos que antecederam os disparos, e se se lembra do barulho do carro a travar. "Não, só ouvi o embate, achei que alguém tinha sido atropelado”, responde.
Acrescenta ainda que acompanhou o momento da conversa entre Odair e os agentes, ainda que não conseguindo ouvir o que diziam. E diz que não viu o primeiro a agredir a polícia: Só o vi a tentar impedir que fosse algemado”.
“Antes de chegar o reforço da polícia, chegaram mais pessoas?”, pergunta o advogado do agente da PSP. "Iam chegando aos poucos", responde Stephanie.
“Viu alguém, alguns jovens, a descer a rua a correr antes de se darem os disparos?”, continua o advogado. "Não, não vi nada”, prossegue a testemunha.
Agora quem questiona Stephanie é a juíza: "Reparou nas bolsas do Odair em que momento?". "Quando ele já estava no chão", clarifica.
Stephanie diz que tinha os estores de casa abertos e que conseguiu ouvir a conversa dos polícias com Odair. "Estavam a falar normal", acrescenta.
Termina o depoimento.
Testemunha diz que Odair "levantou os braços e pediu que não o algemassem", mas imagens contradizem declarações
Nuno Batista afirma ter ouvido "dois disparos" na noite do caso. E garante que Odair Moniz não estava armado. "Ele esteve sempre de braços no ar, não tinha nenhuma arma na mão", diz em tribunal.
O estafeta conta ainda que, depois dos disparos, "os reforços policiais chegaram logo. O INEM demorou mais tempo a chegar".
O advogado do agente Bruno Pinto diz que as declarações da testemunha, Nuno Batista, são contraditórias.
A testemunha diz que Odair levanta os braços, a pedir que não o algemem, mas confrontado com as imagens, Odair não é visto a levantar os braços.
A juíza pergunta o que viu a seguir aos disparos; Nuno Batista diz que “as pessoas aproximaram-se e os polícias fizeram perímetro de segurança... momentos depois vi os agentes ajudarem Odair”.
Questionado sobre como estava o ambiente na rua, diz que “as pessoas começaram a aparecer, alguma tensão entre os polícias a tentarem agarrá-lo. Ninguém se pôs no meio para defenderem o polícia ou o Odair”.
"Ouvi um estrondo, vi disparos e o Odair com os braços para o ar a pedir que não o algemassem", diz testemunha
Começa a ser ouvido o estafeta Nuno Batista que afirma "não conhecer nem o polícia, nem Odair". No dia em que Odair morreu, Nuno Batista estava em casa e ouviu um estrondo, que o fez acordar. Levantou-se, foi à janela, viu Odair no meio de dois polícias, ouviu um primeiro disparo e no segundo disparo viu Odair cair no chão.
Depois de ter caído no chão, Nuno Batista, não viu Odair com nenhum objeto nas mãos
A casa da testemunha "fica de frente para o local do crime". Pelo que viu, a testemunha, diz que Odair nunca foi agressivo.
«Estava com os braços para cima, estavam todos muito perto, o Odair pediu “não me algemem”». diz Nuno Batista. “Eu ouvi um estrondo, vi disparos e o Odair com os braços para o ar a pedir que não o algemassem”, reforça o estafeta.
Começa a terceira sessão do julgamento
Viúva de Odair Moniz não está presente na sala de audiências
Na sala de audiências estão presentes os advogados de defesa de Odair Moniz e o advogado de Bruno Pinto, acompanhado pelo agente da PSP.
A viúva de Odair Moniz não está presente.
Movimento Vida Justa presente no julgamento
Tudo o que foi dito na segunda sessão do julgamento
Saiba tudo o que foi dito na segunda sessão de julgamento do caso de Odair Moniz.
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