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Odair Moniz
Atualizado a 10 de novembro de 2025 às 13:45

Testemunhas sublinham: Odair não tinha arma nas mãos. Tudo o que foi dito na terceira sessão do julgamento

O que sabemos até agora:

- Decorre esta segunda-feira, no Tribunal de Sintra, a terceira sessão de julgamento do caso da morte de Odair Moniz, de 43 anos, no Bairro da Cova da Moura, Amadora. Esta segunda-feira vão depor testemunhas;
- Bruno Pinto, o agente da PSP suspeito de matar Odair Moniz, já foi ouvido; 
- O caso remonta a 21 de outubro de 2024, depois de Odair ter tentado fugir à PSP, de acordo com o despacho;
- Bruno Pinto, de 28 anos, alegou ter temido pela vida para justificar os disparos, mas a fita do tempo reconstituída com recurso a imagens videovigilância e gravações de moradores reforçam dúvidas sobre a circunstância em torno dos disparos da polícia;
 - As imagens recolhidas mostram outro agente a mexer nos bolsos da vítima, mais de 20 minutos depois dos disparos que atingiram Odair, momento em que surgem as primeiras imagens do punhal, que, segundo o auto da PSP, originou os disparos fatais;
 - Odair foi atingido com dois tiros, no tórax e na zona da virilha;
 - O agente da PSP, Bruno Pinto, está acusado de homicídio e incorre numa pena de oito a 16 anos de prisão;
Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 às 12h36

A sessão de hoje está terminada. O julgamento retoma a 17 de dezembro, com depoimento de seis testemunhas (incluindo as que faltaram à sessão de hoje)

Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 às 11h31

Outro morador mantém versão: "Odair, com as mãos para cima, pediu para não o prenderem"

Segue-se o depoimento de Marco Brito, que mora na rua principal da Cova da Moura. A testemunha não conhece nem o agente da PSP Bruno Pinto, nem Odair Moniz.

 “Tem conhecimento direto dos factos. Viu alguma coisa?", pergunta o procurador. Marco Brito responde: "Sim".

"O local do acidente fica onde? O que ouviu?”, continua o procurador.

É à frente da minha casa. O barulho dos carros, o estrondo que deu, achei estranho, fui à janela. Cheguei à janela e vi o disparo para o ar, de aviso. Ouvi um disparo para o ar, o Odair veio para trás, com as mãos para cima a pedir para não o prenderem. Ouvi três disparos, vi um agente a tirar uma arma”.

O homem diz que ouviu "um disparo para o ar" e que "o Odair veio para trás, com as mãos para cima a pedir para não o prenderem”. De seguida, diz que ouviu "três disparos" e viu "um agente a tirar uma arma".

À semelhança de outras testemunhas que têm falado, insiste que já se passou muito tempo desde o caso e que e os factos já não estão vivos na memória para explicar eventuais inconsistências.

Mantém, contudo, que "em nenhum momento" viu o cozinheiro cabo-verdiano armado: "Em nenhum momento vi Odair Moniz com algo nas mãos. Posso afirmar isso com toda a certeza".

Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 às 10h46

"Ouvi dois disparos e o Odair caiu": Moradora da Cova da Moura testemunha o que viu

Fala agora Stephanie Silva, empregada doméstica e moradora da Cova da Moura. Conta que os "agentes queriam algemar" Odair Moniz "mas ele não deixava", e que “ele ficou no meio dos dois agentes, começaram a lutar, eu ouvi dois disparos e o Odair caiu”.

A testemunha clarifica que apenas ouviu os disparos e recorda a confusão na rua: "De repente chegou muita gente”.

Viu algum objeto nas mãos de Odair, quando segundo a mesma, disse que Odair estava a tentar afastar os polícias?” questiona o procurador. "Não tinha nada nas mãos. Ele estava de frente para mim", responde.

Stephanie Silva é questionada sobre alguns pormenores da indumentária de Odair Moniz na noite da morte. De seguida, pedem-lhe que recorde os momentos que antecederam os disparos, e se se lembra do barulho do carro a travar. "Não, só ouvi o embate, achei que alguém tinha sido atropelado”, responde.

Acrescenta ainda que acompanhou o momento da conversa entre Odair e os agentes, ainda que não conseguindo ouvir o que diziam. E diz que não viu o primeiro a agredir a polícia: Só o vi a tentar impedir que fosse algemado”.

“Antes de chegar o reforço da polícia, chegaram mais pessoas?”, pergunta o advogado do agente da PSP. "Iam chegando aos poucos", responde Stephanie.

“Viu alguém, alguns jovens, a descer a rua a correr antes de se darem os disparos?”, continua o advogado. "Não, não vi nada”, prossegue a testemunha.

Agora quem questiona Stephanie é a juíza: "Reparou nas bolsas do Odair em que momento?". "Quando ele já estava no chão", clarifica.

Stephanie diz que tinha os estores de casa abertos e que conseguiu ouvir a conversa dos polícias com Odair. "
Estavam a falar normal", acrescenta.

Termina o depoimento.

Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 às 10h17

Testemunha diz que Odair "levantou os braços e pediu que não o algemassem", mas imagens contradizem declarações

Nuno Batista afirma ter ouvido "dois disparos" na noite do caso. E garante que Odair Moniz não estava armado. "Ele esteve sempre de braços no ar, não tinha nenhuma arma na mão", diz em tribunal.

O estafeta conta ainda que, depois dos disparos, "os reforços policiais chegaram logo. O INEM demorou mais tempo a chegar".

O advogado do agente Bruno Pinto diz que as declarações da testemunha, Nuno Batista, são contraditórias.

A testemunha diz que Odair levanta os braços, a pedir que não o algemem, mas confrontado com as imagens, Odair não é visto a levantar os braços.

A juíza pergunta o que viu a seguir aos disparos; Nuno Batista diz que “as pessoas aproximaram-se e os polícias fizeram perímetro de segurança... momentos depois vi os agentes ajudarem Odair”.

Questionado sobre como estava o ambiente na rua, diz que “as pessoas começaram a aparecer, alguma tensão entre os polícias a tentarem agarrá-lo. Ninguém se pôs no meio para defenderem o polícia ou o Odair”.

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Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 às 09h54

"Ouvi um estrondo, vi disparos e o Odair com os braços para o ar a pedir que não o algemassem", diz testemunha

Começa a ser ouvido o estafeta Nuno Batista que afirma "não conhecer nem o polícia, nem Odair". No dia em que Odair morreu, Nuno Batista estava em casa e ouviu um estrondo, que o fez acordar. Levantou-se, foi à janela, viu Odair no meio de dois polícias, ouviu um primeiro disparo e no segundo disparo viu Odair cair no chão.

Depois de ter caído no chão, Nuno Batista, não viu Odair com nenhum objeto nas mãos

A casa da testemunha "fica de frente para o local do crime". Pelo que viu, a testemunha, diz que Odair nunca foi agressivo.

«Estava com os braços para cima, estavam todos muito perto, o Odair pediu “não me algemem”». diz Nuno Batista. “Eu ouvi um estrondo, vi disparos e o Odair com os braços para o ar a pedir que não o algemassem”, reforça o estafeta.

Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 às 09h42

Começa a terceira sessão do julgamento

Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 às 09h37

Viúva de Odair Moniz não está presente na sala de audiências

Na sala de audiências estão presentes os advogados de defesa de Odair Moniz e o advogado de Bruno Pinto, acompanhado pelo agente da PSP.

A viúva de Odair Moniz não está presente.

Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 às 09h12

Movimento Vida Justa presente no julgamento

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Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 às 08h51

Tudo o que foi dito na segunda sessão do julgamento

Saiba tudo o que foi dito na segunda sessão de .

Publicada originalmente a 10 de novembro de 2025 às 09:42

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