A edição de hoje
Gromecindo Simões salvou mulher e sogros, puxando-os para casa à passagem do fogo, e ainda abrigou casal.
No meio da tragédia, uma história de sobrevivência. Em Souto Fundeiro, junto à Estrada Nacional 236, apenas duas casas escaparam ao avanço das chamas. As outras quatro ficaram destruídas e queimadas. E três habitantes – pai, mãe e filho – estão internados em Coimbra com queimaduras graves. Não há, para já, mortos a registar na aldeia, e Gromecindo Simões, 56 anos, é um dos sobreviventes. Ele e, graças a ele, o resto da família e um casal que ia a passar na rua.
Maria de Fátima escapou do fogo da estrada da morte
Depois ainda salvou um casal que ia a passar na estrada e que, com a aflição do fogo a avançar, só pensou em pedir ajuda. "Nós estávamos em casa e ouvi a minha porta a arrombar. Era um homem que com a força de querer entrar partiu a minha porta. Ficámos assustados mas percebemos. Logo a seguir ele foi buscar a mulher que estava ao fundo das escadas já queimada. Trouxe-a pelo braço para ela não desistir de viver e abrigaram-se ali os dois connosco. Hoje estamos todos vivos e eu nem sei como", conta Gromecindo Simões, emocionado.
Naquela vivenda, mesmo à entrada de Souto Fundeiro, em Pedrógão Grande, os seis sobreviventes rezaram depois a Nossa Senhora dos Milagres, cuja capela também resistiu ao inferno. De resto, a pequena aldeia de Souto Fundeiro está reduzida agora a cinzas e a pó.
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