"Ninguém ficou para trás. Só aqueles que quiseram ficar, efetivamente", declarou a vice-presidente da autarquia.
A vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, Sónia Paixão, afirmou, esta quarta-feira, que foi oferecida uma "resposta de emergência" a todos os moradores do Bairro do Talude que ficaram sem habitação e que "só ficou para trás quem quis".
"Ninguém ficou para trás. Só aqueles que quiseram ficar, efetivamente", declarou a também vereadora com o pelouro da Habitação, durante uma reunião pública do executivo municipal de Loures, liderado pelo socialista Ricardo Leão.
Sónia Paixão, que substituiu na reunião o presidente da autarquia, respondia desta forma às questões colocadas pela oposição sobre as demolições ocorridas há cerca de uma semana no Bairro do Talude Militar.
Este assunto dominou o período de antes da ordem do dia (PAOD), durante o qual foi apresentada uma moção da CDU a exigir que aquela autarquia do distrito de Lisboa e o Governo encontrem uma solução habitacional para as famílias do Talude Militar, alertando para uma "emergência social" naquele bairro.
O documento foi chumbado, com os votos contra do PS, PSD e Chega e a favor da CDU.
Sónia Paixão explicou que Câmara de Loures constatou a existência de "barracas" no Talude em março e que tem desde aí alertado os moradores para a ilegalidade.
A autarca ressalvou que muitos moradores "estavam a viver uma ilusão de assim vir a ter uma casa" e que alguns deles adquiriram as "barracas" onde estavam a viver.
Segundo a vereadora da Habitação, desde março foram construídas ali 152 barracas, argumentando que se não houvesse uma intervenção municipal iria chegar ao último trimestre do ano com "10 vezes mais construções precárias".
"É uma questão de saúde pública e segurança", sublinhou.
Em jeito de balanço, a autarca socialista referiu que, até ao momento, a autarquia já atendeu 42 famílias do Talude e que, destas, seis já estão a beneficiar de apoio para as rendas.
Por outro lado, três famílias continuam alojadas em unidades hoteleiras.
Na terça-feira o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, revelou que a autarquia apresentou uma queixa-crime ao Ministério Público (MP) denunciando uma "teia criminosa" de "comercialização de barracas" no bairro do Talude Militar.
O autarca, que falava numa conferência organizada pela SIC Notícias, referiu que estão a ser comercializadas "barracas a dois mil e três mil euros cada cinco metros quadrados, com garantia de luz e água", apontando que entre março e julho "quadriplicou o número" de habitações precárias no Talude Militar.
Ricardo Leão referiu ainda que perto de metade dos moradores do Talude Militar são de fora do concelho e acusou o movimento Vida Justa de "prejudicar as pessoas" do Talude e de as manipular.
Em comunicado divulgado, esta quarta-feira, o movimento Vida Justa acusou o presidente da Câmara de Loures de mentir e explicou que os moradores do Talude não aceitam as propostas da autarquia por estas não serem "sérias".
"A autarquia não está à procura de soluções para os moradores, está apenas a fingir, para a comunicação social, que apresentou alguma coisa aos moradores. O movimento Vida Justa exige soluções reais para esta catástrofe humanitária causada pela crise da habitação e pela ausência de respostas concretas por parte do Governo e da generalidade das autarquias", refere a nota.
A Câmara de Loures iniciou há uma semana uma operação de demolição de 64 habitações precárias, onde vivem 161 pessoas.
Em dois dias, foram demolidas 55, mas nesse segundo dia foi interposta uma providência cautelar por 14 moradores, que o Tribunal Administrativo de Lisboa aceitou e levou à suspensão das operações.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.