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Habitação, salário mínimo de mil euros e reconhecimento da Palestina entre prioridades do PCP

Medidas foram apresentadas pela líder parlamentar comunista, Paula Santos, numa conferência de imprensa na Assembleia da República, no primeiro dia da XVI legislatura.

26 de março de 2024 às 13:55

O PCP apresentou esta terça-feira as primeiras iniciativas da nova legislatura, como o aumento do Salário Mínimo Nacional para mil euros este ano, medidas que visam o combate à crise na habitação e o reconhecimento do Estado da Palestina.

Estas medidas foram apresentadas pela líder parlamentar comunista, Paula Santos, numa conferência de imprensa na Assembleia da República, no primeiro dia da XVI legislatura.

A dirigente começou por referir que, no início de uma nova legislatura, "os problemas da vida dos trabalhadores, dos reformados e dos jovens não desapareceram", defendendo que o futuro governo PSD-CDS não os irá resolver.

"O PCP toma a iniciativa, certo de que apesar dos obstáculos que resultam da composição da Assembleia da República, os trabalhadores e o povo têm a força suficiente para, com a sua luta, defender direitos, exigir e conseguir respostas", defendeu Paula Santos.

Entre as primeiras iniciativas, que já deram entrada nos serviços do parlamento, está o aumento do Salário Mínimo Nacional para mil euros durante este ano e o aumento extraordinário das pensões com efeitos a janeiro de 2024, "para perfazer um aumento de 7,5% não inferior a 70 euros por pensionista".

O PCP insiste numa das suas principais bandeiras, as alterações das leis laborais, avançando com a revogação da caducidade da contratação coletiva e a reposição do princípio do tratamento mais favorável aos trabalhadores.

No campo da habitação, os comunistas propõem a criação de um regime especial de proteção dos arrendatários, "seja pela limitação da atualização dos valores de renda de novos contratos a 0,43, pela limitação dos despejos por comprovada insuficiência económica, seja pela revogação do designado 'balcão dos despejos' e pela reposição do procedimento especial de despejo por via judicial".

Quanto ao crédito à habitação, os comunistas defendem a criação de um regime especial de habitação própria, "que coloca os juros da banca a suportar o aumento das taxas de juro" e ainda "a fixação de um limite máximo da prestação em 35% do rendimento mensal do agregado familiar", entre outras medidas.

No âmbito internacional, o Grupo Parlamentar do PCP apresentou um projeto de resolução -- que não tem força de lei -- a recomendar ao próximo Governo que reconheça o Estado da Palestina, nas fronteiras anteriores a 1967 e com capital em Jerusalém Oriental, conforme determinado pelas resoluções adotadas pela Organização das Nações Unidas.

Paula Santos criticou a anterior maioria socialista por não ter tomado esta decisão e salientou que Portugal não tem que esperar pela União Europeia, argumentando que países como a Espanha, Malta, Eslovénia e Irlanda já se manifestaram prontos para reconhecer o Estado da Palestina.

Na saúde, os comunistas avançam com um regime de dedicação exclusiva no Serviço Nacional de Saúde (SNS), a título opcional, com majoração de 50% da remuneração base e de meio ponto por cada ano de avaliação para efeitos de progressão.

A reposição integral do tempo de serviço dos professores, a atribuição de um subsídio de missão a todas as forças e serviços de segurança são outras das iniciativas.

Nas legislativas do passado dia 10, o PCP elegeu quatro deputados, 205.436 votos, menos dois parlamentares do que na legislatura anterior.

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