Famílias com chuva em casa há dois anos

Obra por terminar no prédio deixa chuva entrar e destruir habitações.

04 de outubro de 2014 às 09:57
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Há dois invernos que em casa de Paula Ramalho, de 50 anos, chove tanto como na rua. O martírio começou em 2012, quando o vizinho do último piso do edifício, o número 101 da Calçada do Combro, em Lisboa, levantou o telhado para remodelar a casa sem licença da Câmara Municipal. A obra acabou por ser embargada. Desde então, a chuva entra nas habitações das famílias sem pedir licença para destruir.

"Os maiores estragos foram no meu quarto. Tenho uma floreira no teto que está a cair. Se continuar a dormir lá enquanto chove estou sujeita a que a floreira me caia em cima", explica Paula Ramalho ao Correio da Manhã

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À semelhança do que acontece com a família Ramalho, que habita o terceiro andar, a casa de Maria Costa, de 50 anos, um piso acima, também está visivelmente degradada. Para voltar a ter a habitação sem buracos no teto e nas paredes, Maria terá que gastar dez mil euros em obras. "Já passei noites sem dormir, a despejar alguidares de água. Tem-me tirado anos de vida", afirma a moradora.

O quinto andar do número 101 da Calçada do Combro ainda tem as obras por terminar

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Ao CM, a autarquia lisboeta esclarece que ordenou a paragem dos trabalhos de remodelação do quinto piso por ter "a obrigação legal de embargar todas as obras que estejam a ser executadas sem licença".

Já o proprietário do andar em causa, José Saramago, revela que aguarda a autorização da Câmara para avançar com as obras, mas não garante o pagamento dos estragos causados. "Comprei a casa há dois anos com o intuito de ir para lá viver. Claro que vou acabar as obras", acrescentou.

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