Clero português apoia posição de Papa em polémica relacionada com escândalos sexuais
Bispos cerram fileiras junto ao papa contra contestação interna.
Os bispos portugueses enviaram esta segunda-feira uma carta ao Papa Francisco elogiando "a oportuna e corajosa" mensagem do Sumo Pontífice aos crentes, na qual admitiu que a Igreja "negligenciou e abandonou os pequenos" e apelou à união dos crentes para "erradicar esta cultura de morte".
"Também nós partilhamos o sofrimento do Santo Padre e de toda a Igreja e propomo-nos a seguir as orientações para erradicar as causas desta chaga", pode ler-se na missiva dos bispos. "Empenhar-nos-emos em incrementar uma cultura de prevenção e proteção dos menores e vulneráveis", acrescenta ainda na mensagem.
No final da leitura da carta, na sessão de abertura do Simpósio Nacional do Clero, que teve esta segunda-feira início no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, as centenas de padres presentes saudaram a mensagem com uma longa e forte salva de palmas.
Numa altura em que o Papa Francisco é alvo de contestação interna por parte de uma fação conservadora da Igreja, a carta dos bispos reforça o apoio do clero nacional. "Perante tentativas de pôr em causa a credibilidade do seu ministério, queremos manifestar-lhe a nossa fraterna proximidade e o total apoio à sua pessoa", pode ler-se no documento.
D. António Augusto Azevedo, bispo auxiliar do Porto e presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, responsável pelo simpósio, considerou a carta "uma manifestação do episcopado português, corroborada pelo muito clero presente" no encontro.
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