Tribunal da Relação do Porto afasta juiz Neto de Moura

Magistrado deixa de julgar casos de violência doméstica devido a transferência para a secção cível.

07 de março de 2019 às 01:30
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O Tribunal da Relação do Porto decidiu afastar o juiz Joaquim Neto de Moura de decisões sobre casos de violência doméstica, transferindo-o para a secção cível desta instância.

Ao Correio da Manhã, o presidente da Relação do Porto, Nuno Ataíde das Neves, revelou que a decisão foi tomada para "proteção da imagem dos tribunais e da própria Justiça, que estavam a ser muito afetados com os protestos contra o juiz desembargador" frisando que Neto de Moura "concordou com a mudança". "Era altura de suavizar as críticas, dado o clima de desconfiança dos cidadãos, mesmo estrangeiros, para com a Justiça", justificou.

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Joaquim Neto de Moura passa agora a julgar casos relacionados com "acidentes de viação, contratos, pedidos de indemnização e empreitadas", explicou ao CM o bastonário da Ordem dos Advogados, Guilherme Figueiredo, que já tinha proposto a mudança do magistrado para outra secção da Relação do Porto, tal como o CM noticiou esta quarta-feira. "Fico muito satisfeito com esta medida, a Justiça está no bom caminho", sublinhou.

Em junho do ano passado, o juiz desembargador Neto de Moura já havia requerido para deixar de julgar casos relacionados com violência doméstica, pelo menos durante um certo período, mas o Supremo Tribunal de Justiça negou-lhe o pedido.

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Decisão polémica a favor do magistrado

Acusa Conselho Superior da Magistratura

PORMENORES

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Minimizou violência

Joaquim Neto de Moura tem estado no centro da polémica desde 2017, quando desvalorizou um caso de violência doméstica pelo facto de a mulher ser adúltera. Recentemente retirou a pulseira eletrónica a um homem que rebentou o tímpano da companheira ao soco.

Juiz avança com processos

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Neto de Moura vai avançar com processos e pedidos de indemnização contra figuras que o criticaram no espaço público. As ações deverão avançar até ao final do mês. Catarina Martins, do BE, é a ‘nova’ visada.

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