Médicos recusam fecho das maternidades
Bastonário pergunta se algum governante vai a tribunal caso um parto venha a correr mal.
O bastonário da Ordem dos Médicos não aceita o fecho alternado das urgências de obstetrícia em Lisboa durante o verão, porque vai gerar riscos acrescidos para grávidas e crianças.
"Já ouvi responsáveis da saúde a dizer que não vai haver problema mas, se houver, eu quero ver se eles vão a tribunal. No dia em que a Maternidade Alfredo da Costa ou o Hospital de Santa Maria fecharem, os outros vão ficar sobrecarregados e pode haver consequências negativas", alerta Miguel Guimarães, frisando que "esta situação tem de ser revista, não pode ficar tudo condicionado à questão financeira".
O bastonário já pediu uma reunião urgente com a Administração de Saúde de Lisboa e defende "uma solução de exceção": "O setor privado contrata médicos especialistas a 45/50€ por hora e o Estado a 35/37€, mas nesta circunstância específica deveria ser feito um esforço para concorrer com o privado em vez de fechar serviços de urgência".
O bastonário considerou ainda "inconsistentes com a realidade" as declarações do secretário de Estado Adjunto e da Saúde Francisco Ramos, que disse que "não vão encerrar maternidades em Lisboa".
PORMENORES
Próxima semana
Para a semana será anunciado plano que envolve hospitais de Santa Maria, S. Francisco Xavier, Amadora-Sintra e MAC.
Mais partos
"Os partos não acontecem quando se quer. E no verão o número até é ligeiramente superior", avisa Miguel Guimarães.
4,8% do PIB
O bastonário nota que o maior problema é Portugal gastar em saúde só 4,8% do PIB, o pior registo da União Europeia.
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