15 mil pessoas no Oeste para a apanha da fruta

Arranca em força a colheita da fruta no Bombarral, Cadaval e Caldas da Rainha. Covid-19 obriga a medidas de segurança.

17 de agosto de 2020 às 08:04
Pandemia impõe novas regras de saúde e segurança que vão implicar mudanças na campanha da apanha deste ano Foto: Carlos Barroso
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A campanha da apanha de fruta, que arranca em força esta segunda-feira, vai contar com fortes medidas de prevenção contra a Covid-19 destinadas a evitar surtos de contágio entre os milhares de trabalhadores envolvidos nos pomares da região Oeste. O objetivo é que esta importante atividade económica naquela zona do País não coloque em risco a saúde pública e também o sucesso da colheita. Segundo a Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha, são empregadas mais de 15 mil pessoas por dia durante a campanha da fruta.

Caldas da Rainha, Cadaval, Bombarral e Alcobaça são concelhos da região onde a fruticultura emprega muitos trabalhadores sazonais e um grande número de estrangeiros, e avançaram recentemente com ações de sensibilização juntos dos produtores locais sobre as obrigações e boas práticas de segurança sanitária no atual contexto da pandemia, e cuidados a implementar ao nível da logística, transporte e habitabilidade no setor.

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“A fruta tem de ser colhida num curto espaço de tempo e, se não tivermos cuidado e se houver um caso que mande toda a gente para casa, podemos colocar a colheita em risco”, reconheceu ao CM Emanuel Sobreiro, fruticultor de A-dos-Francos, nas Caldas da Rainha, que começou já a apanha com uma equipa de 11 funcionários e que esta semana aguarda mais 40 trabalhadores sazonais, que receberão “explicações sobre a higiene e segurança” antes de entrarem nos pomares.

A junta de freguesia de A-dos-Francos, em conjunto com a Proteção Civil Municipal das Caldas da Rainha, distribuiu kits contendo um medidor de temperatura, máscaras, viseiras, álcool-gel e uma caneca individual. Já num posto médico desativado foram criadas instalações de acolhimento de suspeitos de infeção, onde poderão cumprir a quarentena.

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“As pessoas podem ficar ali em isolamento. Há quartos para homens e para mulheres, casas de banho, cozinha, televisão e internet, ou seja, todas as condições para permanecerem até ser necessário”, indicou Paulo Sousa, presidente da junta de freguesia local.

Baldes e escadotes são desinfetados várias vezes por dia. Foi criado um espaço onde os trabalhadores podem lavar as mãos sempre que manusearem utensílios. Uso de máscara ou viseira em ajuntamentos.

A divisão dos grupos da apanha poderá evitar que todos tenham de ir para casa e, assim, garantir a continuidade da colheita no caso de ocorrer uma infeção. No caso dos trabalhadores vindos de fora, devem-se encontrar as condições ideais de alojamento, sem ajuntamentos.

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A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, participa hoje na abertura oficial da campanha de pera rocha, acompanhando a colheita e visitando uma central fruteira no Cadaval.

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