29 mil casos de cancro por ano nos mais velhos
Terapêuticas são diferenciadas em pessoas mais velhas.
A incidência dos tumores nas pessoas com mais de 65 anos aumenta não só em Portugal como em todo o Mundo, contribuindo para esse aumento o envelhecimento da população. No nosso país surgem, por ano, 29 mil novos casos de cancro na terceira idade.
"A incidência de novos casos de cancro aumenta até aos 80 ou 85 anos e não são só os tumores que são diferentes como os doentes também são diferentes na resposta ao tratamento: são pessoas mais frágeis, têm uma tolerância diferente às terapêuticas mais adequadas", explica ao CM Nuno Miranda, coordenador do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas.
Os oncologistas debatem-se não raras vezes com o dilema de definir as melhores terapêuticas contra o cancro em pessoas mais velhas. "Tratar uma pessoa de 70 anos é uma coisa e uma de 90 anos é outra bem diferente. Devido ao avançar da idade, as pessoas têm menos tolerância aos tratamentos, que são agressivos", sublinha Nuno Miranda.
A maioria dos ensaios clínicos exclui doentes a partir dos 65 anos de idade e, devido a essa situação, "muito pouca investigação" tem sido feita, a nível internacional, na área da gerontologia oncológica, isto é, que se dedica à investigação terapêutica do cancro nas pessoas mais velhas.
"Hoje há alguns ensaios, poucos, que se dedicam exclusivamente aos doentes a partir dos 65 anos e há um a decorrer neste momento em Portugal", refere o responsável. Segundo o oncologista, este tipo de ensaios é importante para se estudar com rigor a aceitação dos doentes mais velhos às terapêuticas, nomeadamente quanto à sua eficácia e reação à toxicidade dos medicamentos.
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