62% dos alunos gays foram alvo de comentários de professores
Maior parte dos inquiridos diz que os comentários surgiram, na sua maioria, de forma ocasional.
Mais de metade (62%) dos adolescentes pertencentes à comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgénero) já ouviram comentários homofóbicos de professores e funcionários não-docentes das escolas.
As conclusões constam de um estudo realizado em conjunto pelo (ISCTE e Universidade do Porto Associação ILGA Portugal - Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero. 62% dos quase 700 alunos entre os 14 e os 20 anos ouvidos disseram ter sido alvo de comentários homofóbicos de professores e funcionários não-docentes, informa a TSF, citando o estudo.
Segundo maior parte dos inquiridos, os comentários surgiram, na sua maioria, de forma ocasional, enquanto 28,5% diz que comentários são recorrentes.
"Os meus professores são extremamente machistas, misóginos e fazem frequentemente comentários machistas e homofóbicos", afirmou um dos inquiridos.
O estudo mostra ainda que quem mais usa argumentos homofóbicos para fazer piadas são os colegas (75,1%), sendo que ao todo a maioria da amostra (61,1%) ouve de forma regular ou frequente comentários homofóbicos na escola.
Há mesmo que conte ser agredido pelos colegas por ser homossexual, ou por estar numa marcha LGBT. Quase 8% contaram que foram alvo de agressões físicas por causa da orientação sexual.
Há ainda alunos que dizem ter sido postos de parte pelos colegas devido à sua orientação sexual: "Fiquei sem todos os meus amigos, a minha turma punha-me completamente de parte". 73,6% dizem sentirem-se alvo de "exclusão deliberada" pelos colegas, com muitos a serem alvo de rumores e mentiras sobre si na escola.
O estudo também mostra que os jovens alvo de discriminação têm quatro vezes mais hipóteses de faltar.
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