Alentejo é pioneiro na criação de vacas de raça japonesa
Animais dão a carne kobe.
Os campos do Alentejo são 'palco' habitual da criação extensiva de gado e agora, em estreia nacional, têm novos "habitantes", vacas da raça japonesa wagyu que dá a carne kobe, considerada a melhor e mais cara do mundo.
Numa herdade 'vizinha' do Aeródromo Municipal de Évora, perto da cidade, cerca de 20 vacas wagyu, várias delas prenhas, adaptaram-se à região e vagueiam por um extenso campo cercado, com pasto e feno à disposição e separadas de outras raças bovinas.
Os animais, sem receio de se aproximarem para 'conhecer' os visitantes, pertencem aos agricultores Manuel Silveira e Nuno Rosado, os primeiros do país, e os únicos até agora, a criarem as wagyu.
Negócio diferente
Uma 'aventura' em que embarcaram, contam à agência Lusa, porque queriam um negócio diferente e com melhores rentabilidades. A oportunidade surgiu com uma parceria com o grupo espanhol Altube Garmendia, que também cria a raça na zona de Burgos e comercializa a respetiva carne.
"Fizemos uma visita [à herdade do grupo espanhol] em outubro de 2013" e, no ano passado, "arriscámos e vieram 24 vacas para o início do negócio", assim como um touro, recorda Nuno Rosado.
Os primeiros bezerros wagyu 'made in' Alentejo foram vendidos recentemente para Burgos e o negócio correu "muito bem", conta o agricultor, corroborado pelo sócio.
"Nós vendemos um animal um euro [por quilo] acima do melhor preço da bolsa espanhola de gado. Os nossos animais", no momento do desmame, "pesaram 215 quilos, ou seja, são 215 euros a mais do que um bezerro normal de muito boa qualidade", diz Manuel Silveira.
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