Alunos partilham lanche e acabam suspensos

Estudantes de Rio de Mouro, Sintra, desrespeitaram regras da escola para evitar propagação da Covid-19.

15 de outubro de 2020 às 08:43
Escolas, alunos Foto: Pedro Catarino
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Quatro alunos da Escola Básica Escultor Francisco dos Santos (antiga EB 2,3 de Fitares), em Rio de Mouro, Sintra, foram suspensos por estarem a dar dentadas no mesmo pedaço de comida. Uma das regras do estabelecimento de ensino para evitar a propagação da Covid-19 impede a partilha do lanche, no caso de uma sandes e de um sumo. Ao que o CM apurou, os alunos terão antecedentes neste tipo de comportamentos, desafiadores das normas, e a diretora do agrupamento optou por suspendê-los por um dia.

A decisão provocou celeuma nas redes sociais, com a maioria das pessoas a criticarem a responsável, mas ao CM, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep) disse que “a colega teve a atitude correta diante dos factos”.

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“Quando estamos perante um ilícito disciplinar, aplicamos a lei, que, no caso, é o Estatuto do Aluno”, explica Filinto Lima. “É claro que, há um ano, uma situação desse género não daria azo a sanção alguma, mas vivemos tempos anormais. Em momento de pandemia não podemos partilhar nada. Muito menos comida”. O presidente da Andaep acrescenta que “um dia de suspensão é o mínimo que se podia aplicar”, uma posição que é contrariada por Jorge Ascenção, da Confap – Confederação Nacional das Associações de Pais (ver caixa). Entretanto, os alunos suspensos voltaram esta quarta-feira às aulas.

“Medida de suspensão parece excessiva”

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Na qualidade de presidente da Confap, Jorge Ascenção diz que, apesar de desconhecer “os contornos particulares” desta história, lhe “parece excessiva” a suspensão dos quatro alunos de Rio de Mouro. “Estamos num tempo em que é preciso acompanhar as crianças, fazê-las compreender as consequências dos seus comportamentos, a importância de se respeitarem a si e aos outros”, diz Jorge Ascenção. “É preciso estabelecer melhor comunicação entre as escolas e as famílias. Trabalharmos em conjunto”.

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