Associação quer medida transitória até à descida do IVA para 6% na construção

AICCOPN considera que medida "é um incentivo muito importante" e "fundamental para cumprir o objetivo de aumentar a oferta de habitação".

03 de novembro de 2025 às 20:17
Construção Foto: Pixabay
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A Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) apela à clarificação "urgente" do que acontecerá aos projetos de construção de habitação em curso até à entrada em vigor da descida do IVA de 23% para 6%.

A AICCOPN afirma que "terá de ser o executivo a responder a este problema de forma transitória, até a medida entrar definitivamente em vigor, sob pena de vários investimentos previamente planeados serem adiados ou anulados", numa nota enviada à Lusa e assinada pelo presidente, Manuel Reis Campos.

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"Uma vez que se trata de uma matéria fiscal, que terá de passar pela Assembleia da República", o líder da associação convida o Governo a "avançar o mais rapidamente possível para a aplicação urgente no terreno de um regime fiscal que impulsione a construção e a reabilitação e não comprometa os investimentos em curso".

Considerando que a descida do IVA na construção "é um incentivo muito importante" e "fundamental para cumprir o objetivo de aumentar a oferta de habitação", o presidente da AICCOPN sublinha que o regime fiscal no setor "é mais abrangente" do que aquela medida.

"A AICCOPN tem vindo a defender, de forma consistente, a necessidade de clarificar o âmbito de aplicação da norma 2.23 da Lista I do Código do IVA, através da publicação de uma norma transitória", explica.

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A norma em causa permite aplicar a a taxa reduzida de 6% a empreitadas de reabilitação urbana em imóveis ou espaços públicos localizados em Áreas de Reabilitação Urbana (ARU).

Também a Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII) considera a descida do IVA de 23% para 6% como "uma peça-chave" do "verdadeiro choque fiscal" de que a crise na habitação necessita.

A APPII tem mantido "contactos regulares" com os grupos parlamentares que "procuraram" ouvir o setor, e também "um contacto frequente com o ministério que tutela o setor", informa uma nota enviada à agência Lusa pelo presidente executivo (CEO), Manuel Maria Gonçalves.

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Além da descida do IVA na construção, a APPII defende outras medidas como a "simplificação e digitalização dos processos de licenciamento urbanístico", a "cedência de terrenos públicos para construção a custos controlados" e a "estabilidade e previsibilidade legislativa e fiscal no setor da promoção imobiliária".

Numa reação ao anúncio do ministro das Infraestruturas e Habitação, na sexta-feira, de que a descida da taxa de IVA para 6% na construção estará em vigor até ao primeiro trimestre de 2026, o presidente executivo (CEO) da APPII, Manuel Maria Gonçalves, pediu a maior "urgência" na aplicação da medida.

Manuel Gonçalves considerou que "o pior que pode acontecer" é a construção habitacional Portugal poder parar durante os próximos meses, à espera que a descida do IVA entre em vigor.

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Reforçou ainda a necessidade de um "consenso mais rápido" para acelerar a construção de habitação nova em Portugal.

"Acreditamos que até ao primeiro trimestre do próximo ano, nós teremos o IVA a 6%, para projetos que entrem após essa data, concluído, mas também dependerá muito desta casa, do processo de discussão e aprovação", afirmou na sexta-feira Miguel Pinto Luz, no âmbito da discussão parlamentar na especialidade do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026).

O primeiro-ministro anunciou em 25 de setembro que o Governo vai propor ao parlamento a redução da taxa de IVA para 6% para a construção de casas para venda até 648.000 mil euros ou, no caso de casas destinadas ao arrendamento, com rendas até 2.300 euros.

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Este regime fiscal irá vigorar até 2029, disse então o chefe de Governo.

A medida faz parte do pacote "Construir Portugal - Arrendamento e simplificação", pensado para reforçar a oferta de habitação a preços acessíveis, integrando medidas em articulação com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A proposta de lei de redução do IVA ainda não deu entrada no parlamento, não fazendo parte da iniciativa do OE2026.

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