Atuação da Proteção Civil em Albufeira foi "ad hoc"
Afirmação é de um especialista do risco.
O coordenador do Observatório do Risco (OSIRIS) da Universidade de Coimbra, José Manuel Mendes, afirmou esta sexta-feira que a atuação da proteção civil em Albufeira foi "ad hoc", evidenciando falta de gestão de risco e de conhecimento do território.
"O que se viu foi uma ausência de atuação da proteção civil", em que a atuação preventiva "foi nula, durante o evento fraca e na recuperação foi muito 'ad hoc' e sem qualquer estratégia", disse à agência Lusa José Manuel Mendes, a propósito das chuvas intensas que atingiram o Algarve no domingo.
Albufeira foi o caso mais problemático, levando à retirada de pessoas de habitações e estabelecimentos comerciais inundados.
Segundo o coordenador do OSIRIS, os problemas não se podem cingir ao ordenamento do território.
"Foi feita uma opção de desenvolvimento do turismo e aumento da carga urbana. No entanto, não se vê nada para a mitigação dessas opções", constatou, considerando que durante a atuação da proteção civil ficou evidente em Albufeira que "não há gestão de risco, nem conhecimento do território".
Para o especialista, o município deveria "ter um bom conhecimento da vulnerabilidade física e social do concelho e ter um plano consequente para atuar", recordando que os planos de emergência municipais "são feitos quase fotocópias uns dos outros".
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