Autarcas e empresários de Portalegre aplaudem "decisão feliz" de isentar portagens na A6
Presidente da CIMAA espera que região seja também beneficiada através do Itinerário Principal 2.
A Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) e a Associação Empresarial de Elvas, no distrito de Portalegre, consideraram, esta quinta-feira, uma "decisão feliz" a aprovação no parlamento da isenção de portagens na Autoestrada 6 (A6).
Em declarações à agência Lusa, o presidente da CIMAA, Joaquim Diogo, aplaudiu, esta quinta-feira, a isenção de portagens nesta autoestrada, que abrange residentes e empresas do distrito, e disse esperar que, no futuro, a região seja também beneficiada através do Itinerário Principal 2 (IP2), com perfil de autoestrada.
"É uma decisão feliz que foi tomada e que espero que possa ser enquadrada também no futuro uma alternativa ao IP2 por autoestrada, rapidamente, que é algo que faz muita falta à nossa região", argumentou.
Na quarta-feira, no âmbito da votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), o parlamento duas propostas do PS para isentar de portagens na totalidade da A25 Costa da Prata e Beiras Litoral e Alta e em dois troços da A6 e da Autoestrada do Sul (A2), no Alentejo.
Nos casos da A6 e da A2, a isenção só abrange as pessoas com residência e as empresas com sede em determinadas "áreas de influência" das duas autoestradas.
"Acima de tudo, é uma questão de equilíbrio" face a "outras decisões que foram tomadas relativamente à A23", que foi isentada de portagens, defendeu o presidente da CIMAA.
E, continuou Joaquim Diogo, "se um dos desígnios é equilibrar estes territórios de baixa densidade, acho que esta decisão da A6 é, de facto, importante para o tecido económico da região, nomeadamente do que está mais a Sul ou a Este", como é o caso do concelho de Elvas.
E a isenção de portagens, principalmente na A6, vai também "retirar algum tráfego" às estradas municipais e nacionais do distrito de Portalegre, acrescentou o mesmo responsável.
Também em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Empresarial de Elvas, Rui Nabeiro, congratulou-se perante "um desejo" concretizado.
"Mais do que um sonho, era um desejo e era o reconhecer que Portugal, por vezes, tem disparidades sobre o que é o litoral e o interior", disse.
Segundo Rui Nabeiro, é preciso "olhar para estas situações com outros olhos e encarar que o interior também é Portugal e dar essa oportunidade aos empresários do interior de serem mais competitivos".
Esta medida, afiançou, vai trazer "competitividade" e beneficiar os empresários e o consumidor final.
"Estando Elvas e toda a região no interior do país, temos o problema dos custos sempre que há deslocações ou transportes mais para o litoral, onde estão os grandes aglomerados, não só do ponto de vista de clientes como de fornecedores", lembrou.
Por isso, a isenção de portagens pode "trazer uma redução dos custos que será bastante benéfica para todos os empresários e, posteriormente, para o cliente final", considerou.
De acordo com as propostas aprovadas no parlamento, a isenção abrange o troço da A6 entre o nó A2/A6/A13 e Caia, enquanto, no que respeita à A2, está incluídos o troço A2/A6/A13 e Almodôvar.
A isenção funciona "através da utilização de dispositivo eletrónico associado à matrícula do veículo", segundo a proposta aprovada.
Para se saber quem pode beneficiar da isenção, a legislação prevê que as áreas de influência compreendem, no caso da A6, "o território abrangido pelas NUTS III do Alto Alentejo e Alentejo Central" e, no da A2, "o território abrangido pelas NUTS III do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral".
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