Bebé nasce na berma da A1 por causa das urgências fechadas em Vila Franca de Xira
Matilde e a mãe, Diana, estão bem de saúde. Este ano já houve perto de 50 partos em ambulâncias, o dobro do registado em todo o 2024.
Matilde era para nascer no Hospital de Vila Franca de Xira, mas o serviço de urgências de ginecologia e obstetrícia estava encerrado, na madrugada desta quarta-feira. Aos bombeiros de Samora Correia, que levavam a mãe Diana na ambulância em trabalho de parto, foi ordenado que levassem a grávida de 39 semanas e 5 dias de gestação para o Hospital São Francisco de Xavier, em Lisboa, a 45 km de distância. Mas Matilde não quis esperar e nasceu a meio caminho, com a ambulância parada na berma da A1, na zona de Alverca. Matilde e Diana estão bem.
Este ano já nasceram, segundo estimativa não oficial da Liga dos Bombeiros, perto de meia centena de bebés em ambulâncias. O dobro de todo o ano passado. A causa imediata é o encerramento recorrente de várias maternidades da Grande Lisboa, Margem Sul, Lezíria e Oeste, devido à falta de profissionais para as escalas.
Ainda na terça-feira, os autarcas dos cinco municípios servidos pelo hospital de Vila Franca de Xira saíram "sem respostas" de uma reunião com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
Alheia às dificuldades crónicas do SNS, Matilde chegou ao Mundo pelas mãos dos bombeiros Lúcia Moreira e António Pedro, com apoio da equipa médica da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Vila Franca de Xira.
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