Bloco de Esquerda apresenta pesar pelas vítimas de femícidio e restantes mortes de violência doméstica

Só em 2019 já se somam 18 vítimas mortais.

19 de junho de 2019 às 21:03
Violência doméstica, xxx Foto: Getty Images
Mulher, vítima, violência doméstica, xxx Foto: iStockphoto
Mulher, vítima, violência doméstica, casal, xxx Foto: Getty Images
Mulher, vítima, violência doméstica, xxx Foto: istockphoto

1/4

Partilhar

O BE entregou esta quarta-feira, na Assembleia da República, um voto de pesar "por todas as vítimas de femícidio e restantes vítimas mortais de violência doméstica em 2019", o crime que "mais mata em Portugal".

O texto a que a agência Lusa teve acesso, e que será agora votado em plenário, deu esta quarta-feira entrada no parlamento, lembrando que "só em 2019 já se somam 18 vítimas mortais em contexto de violência doméstica", sendo a maior parte mulheres, 16 no total, o que confirma que "é um crime que carrega a marca de género".

Pub

"A Assembleia da República expressa o mais seu profundo pesar por todas as vítimas de femícidio e restantes vítimas mortais de violência doméstica em 2019", sugere o voto dos bloquistas.

Na perspetiva do BE, "a realidade volta a confirmar aquela que é a frase mais reveladora" da incapacidade, enquanto sociedade, de erradicar "o cancro social que é a violência doméstica", que é o "crime que mais mata em Portugal".

"Nos últimos 15 anos já morreram mais de 500 mulheres às mãos da violência machista. Uma média de 35 mulheres assassinadas por ano", condena.

Pub

A última mulher assassinada, como tantas outras antes dela, prossegue o mesmo texto, "já tinha pedido ajuda e feito queixa, por duas vezes, de uma violência que se arrastava desde 2017".

"A incapacidade de respondermos a estas vítimas, de lhes garantirmos proteção e segurança é intolerável e inadmissível", critica.

O impacto negativo sobre as crianças é outros dos aspetos apontados pelo BE neste voto de pesar.

Pub

"Intolerável é também o persistente menosprezo da violência que é exercida sobre as crianças, quer sejam diretamente visadas por ela, quer a testemunhem ou com ela convivam. Este último femicídio deixou mais uma criança órfã", lamenta.

Para os bloquistas, "é urgente que se olhe para estas crianças enquanto vítimas do mesmo crime e sobretudo, que a sociedade e as instâncias competentes lhes assegurem a proteção e segurança devidas".

"Há quase 20 anos, legislou-se no sentido de garantir que este crime era um assunto de todos e de todas. Passado todo este tempo, há ainda tudo por fazer, tantas mulheres e tantas crianças para proteger. Por cada mulher que morre às mãos da violência machista, por cada criança que é sujeita a esta violência atroz, temos a responsabilidade máxima de denunciar e condenar, mas também, obrigatoriamente, de fazer mais e melhor", conclui.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar