Caos nas escolas custa 36 milhões
Colocação só estará concluída em meados de outubro para escolas TEIP e com autonomia.
O caos provocado pelos erros de cálculo na ordenação dos professores, na Bolsa de Contratação de Escola (BCE), pode representar uma custo adicional para o Ministério da Educação e Ciência de cerca de 36 milhões de euros. Isto tendo como base as declarações de Nuno Crato, que davam conta de 1000 a 2000 docentes colocados erradamente, a um salário médio de 1500 euros, ao longo de um ano. O ministério aponta para 0,8 por cento dos docentes nas escolas, mas não especifica o número exato.
"Se fizermos as contas por cima, pelos 2000 professores que o ministro falou, é bem provável que seja esse o custo do erro de cálculo", afirmou ao CM Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, no dia da reabertura da plataforma de candidatura à Bolsa de Contratação de Escola para as escolas com autonomia e Territórios Educativos de Intervenção Prioritária.
Os professores têm até às 23h59 de terça-feira para verificarem os critérios – são mais de 1300 páginas. No dia seguinte, as listas serão refeitas com as alterações necessárias, decorrentes da nova fórmula.
"O ministério agora já sabe o que não fazer, mas será que sabe a fórmula certa?", questiona Mário Nogueira, apontando para a segunda semana de outubro como data provável de início de aulas para os cerca de 400 mil alunos afetados. Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolas, considera "correta a solução encontrada", mas critica erros e atrasos. "No fim de setembro estamos a começar tudo de novo. Perdeu-se um mês. O ministério devia aprender com os erros e em julho já ter tudo resolvido". Nuno Crato inaugurou ontem a EB Fernando Pessoa, em Santa Maria da Feira, onde foi vaiado por cerca de 60 professores.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt