Chega diz ter denúncias de escolas em Braga que "travam" celebração do Natal
Filipe Aguiar disse que as denúncias partem de pais, avós e, até, professores.
O vereador do Chega na Câmara de Braga disse esta quarta-feira que tem recebido, "de forma insistente", denúncias de que há escolas no concelho que desincentivam a celebração da quadra natalícia, para não "oprimir" alunos imigrantes não cristãos.
Falando na reunião quinzenal do executivo, Filipe Aguiar disse que as denúncias partem de pais, avós e, até, professores.
Disse ainda que lhe foram sinalizadas situações na Escola Secundária Carlos Amarante, em que alguns alunos teriam ficado sem aulas porque a sala estaria a ser usada por grupos de outros alunos para práticas religiosas e islâmicas.
"Se tal se confirmar, é gravíssimo (...). São relatos concretos que nos obrigam a agir com firmeza, mas também com seriedade, serenidade e o sentido de justiça", referiu.
Filipe Aguiar propôs que o executivo organize um programa de visitas a todas as escolas do concelho, promovendo conversas abertas com as direções, professores, associações de pais, representantes de alunos e técnicos especializados, para se inteirar da situação.
"Onde houver abusos, que se corrija. Onde houver equívocos, que sejam esclarecidos. Onde haja boas práticas, que sejam valorizadas. Integrar quem chega, sim. Apagar quem somos, não. E o município deve fazer mais, melhor e estar verdadeiramente atento a estas situações que se passam no quotidiano diário de nossa cidade. Um dia destes, certamente, teremos alguém, algum movimento que queira suspender as festas populares, o São João de Braga, por exemplo", referiu.
Ressalvou que não está a fazer julgamentos sumários nem a promover a caça às bruxas, nem sequer a apontar o dedo a comunidades religiosas ou às crianças que procuram integrar-se.
Na resposta, o presidente da Câmara, João Rodrigues, disse não ter conhecimento de qualquer aula cancelada para culto religioso nem de qualquer interpelação para cancelamento de qualquer festividade natalícia ou para uma celebração com "maior recato".
Disse ainda que, "a ser verdade" o relatado pelo Chega, a Câmara logo verá o que é que pode e deve fazer.
"Eu não sei se aquilo que nos está a dizer se é do que ouviu dizer, se é de coisas que tenha a certeza que aconteceram", referiu.
Disse que cada vereador leva a reunião de câmara o que entender, mas apelou à responsabilidade e à necessidade de "fazer alguma triagem e algum trabalho prévio", para não se agitarem fantasmas, "ainda por cima em pontos tão relevantes como estes".
Filipe Aguiar vincou que foram "denúncias pessoais", mas escusou-se a adiantar, para já, quais as escolas em que alegadamente foram impostas restrições às celebrações do Natal, adiantando apenas que são três, do 1.º ciclo e do básico.
"Vamos averiguar a veracidade dessas situações", referiu, adiantando que, posteriormente, revelará quais são as escolas em questão.
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